Nossa vida é resultado de inúmeros encontros, iniciando pelo momento da fecundação, em que se encontram o espermatozoide e o óvulo no ventre materno. A partir deste momento, por mais que muitos não o compreendam ou valorizem, recebemos influências que favorecem nosso crescimento e desenvolvimento. São inúmeras as manifestações de carinho que recebemos ainda no ventre materno. Os diálogos da mãe e do pai, acompanhados de carícias externas, são afetivamente percebidos pelo feto e o preparam para a vida.
Somos, ainda que não tenhamos clareza desta interferência em nossas vidas, fruto dos relacionamentos que temos com pessoas, ambiente e nossos próprios momentos de introspecção. Mesmo assim, nos encontramos com nossos conceitos, pensamentos, desejos, sofrimentos e alegrias. Neste momento, nos encontramos conosco mesmos.
Ao longo da jornada, que jamais será individualmente desenvolvida, somos movidos, alimentados, provocados ou simplesmente incentivados por uma série de pessoas que encontramos ou que vêm ao nosso encontro. Embora alguns desses encontros possam se transformar em desencontros ou encontros únicos e descartados, ainda assim deixarão sua contribuição em nossas vidas, até mesmo para evitar tais conflitos nos passos seguintes.
Este introito serviu-me para relembrar de muitas pessoas que contribuíram com o meu desenvolvimento, em meu aniversário recente, e das quais recebi felicitações, as quais fiz um agradecimento com o seguinte teor:
“Nossa trajetória na vida é semelhante a uma composição em via férrea que passa por inúmeras estações, em que sobem e descem pessoas. Muitas delas nos acompanham, no mesmo ‘vagão’, por longo tempo. Outras, embora estejam na mesma locomotiva da vida, não tão próximas, mas que sempre encaminham suas lembranças amorosas, que nos fazem pensar que estejam muito bem e felizes, assim o desejamos. Há aqueles que estão deixando a máquina da vida, descem mais cedo da locomotiva e interrompem sua viagem.
Todos que se encontram na jornada da vida oferecem sua contribuição à trajetória incerta quanto à sua própria estação de desembarque. Certamente, todos oferecem um pouco de si para os companheiros e companheiras da alegre passagem pela vida. E o ato de agradecer, ainda antes que desçam da locomotiva, é a demonstração da importância que cada um tem e teve em nossa jornada, que, como dito, não é individual.
Nossa torcida e esforço são na direção de que nossa locomotiva permaneça o maior tempo possível com os passageiros amorosos que conquistamos em nossos encontros. Desejamos que cada um tenha o seu vagão repleto de pessoas relevantes em suas vidas. Que permaneçam o maior tempo possível embarcados com aqueles com os quais manteve encontros e permanência amorosa em sua jornada. Desejamos que a estação de desembarque seja tranquila e, aí sim, tornar-se-á luz.