Em Votuporanga, professores caminharam e protestaram contra a reforma que foi aprovada nesta terça-feira em segundo turno na Alesp
Mesmo com a aprovação, os manifestantes esperam que pontos da reforma sejam alterados (Foto: Arquivo Pessoal)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Professores de várias cidades do Estado de São Paulo realizaram ontem manifestações contra a aprovação, em segundo turno, da reforma da previdência. Em Votuporanga, um grupo de docentes saiu da Escola Estadual Doutor José Manuel Lobo e foi até o escritório do deputado Carlão Pignatari, líder do governador João Doria na Alesp.
Em conversa com o jornal
A Cidade, José Vanderlei Corsini, coordenador da subsede da Apeoesp (Sindicato dos Professores e Ensino Oficial do Estado de São Paulo) em Votuporanga, contou que as atividades foram paralisadas totalmente em três escolas e parcialmente em duas.
Os manifestantes querem o apoio do deputado Carlão, uma vez que ele é líder de João Doria e poderia, na opinião dos professores, interceder pelos servidores. Conforme eles, com a reforma, muitos trabalhadores serão afetados até de forma “desastrosa”. “Esperamos que ele [Carlão] consiga mais tempo de negociação com a categoria, em todos os setores”, relatou um professor.
Nesta terça-feira os deputados estaduais aprovaram, em segundo turno, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 18/2019 que trata da Reforma da Previdência dos servidores públicos estaduais. Votaram a favor da proposta 59 deputados e 32 foram contrários.
A PEC, de autoria do governador, chegou à Alesp no dia 13 de novembro do ano passado e em dezembro teve sua tramitação suspensa por liminar. No dia 18 de fevereiro, o Supremo Tribunal Federal derrubou a liminar e a PEC foi aprovada em primeiro turno no mesmo dia.
Por se tratar de emenda constitucional, eram necessárias duas votações. Em ambas, o quórum mínimo para aprovação é de três quintos dos deputados, ou seja, 57 votos “sim”.
O objetivo, segundo justificativa da proposta, é adequar as regras estaduais à reforma federal e buscar o equilíbrio financeiro e atuarial das contas do Estado.
“Somos contra o aumento da alíquota e muitos outros pontos. Estamos há quatro anos sem reajuste, e agora acontece essa reforma. Mesmo com a aprovação na Assembleia, nós seguiremos lutando”, afirmou José Vanderlei.
Carlão
Por meio de sua assessoria de imprensa Carlão disse ao
A Cidade: “Quero deixar claro meu apoio e respeito aos professores e a todos os servidores públicos. A reforma da previdência é uma medida necessária para garantir que todos servidores, ativos e inativos, continuem recebendo seus salários em dia. Hoje, o Governo gasta mais com aposentadoria, cerca de R$ 34 bilhões em 2019, do que com saúde, educação, etc. É necessário mudar para garantir a saúde das contas públicas”.