A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou ontem que o governo já está próximo de apresentar uma nova proposta para o Código Florestal, em trâmite no Congresso. "Estamos na reta final de consolidar uma proposta que seja convergente e de consenso", disse ela, após encontro com empresários paulistas, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
De acordo com Izabella, a discussão em andamento nos ministérios da Agricultura,
Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário são de cunho técnico e visam a fazer com que os produtores trabalhem dentro da legalidade. "A ideia é trazer todo mundo para a regularização ambiental", afirmou.
A ministra destacou que o debate hoje busca atender as demandas do agronegócio e dos ambientalistas. "Todos os pontos em discussão têm alternativas. O que nós temos de conciliar é quais são as melhores alternativas considerando a dimensão continental do Brasil. O que se aplica à Amazônia não se aplica necessariamente ao Cerrado e ao Pampa", afirmou.
Ainda segundo a ministra, a preocupação do governo é entender a realidade dos
produtores rurais "de maneira que se reduza a insegurança jurídica e permitam um
código que resolva as questões do passado e olhe para o futuro". Izabella negou que o governo tenha intenção de ceder às reivindicações dos setores interessados na aprovação do novo Código Florestal. "Ninguém está falando em ceder, estamos
construindo uma base jurídica para acolher a diversidade de situações no Brasil."
Izabella considerou legítima as manifestações previstas para esta semana no Congresso Nacional. Para hoje, está previsto o protesto promovido pelo agronegócio e, na quinta-feira, devem se manifestar em Brasília os ambientalistas. "O momento é de diálogo e de entendimento das várias demandas que existem no País", considerou.
Após o debate, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, também falou sobre o projeto.
Segundo ele, 97% do texto é consenso. Faltam apenas ajustes para que o texto possa ser votado no Congresso e estabeleça segurança jurídica necessária para a agricultura do país. “Há de se chegar a um equilíbrio porque é fundamental que se leve adiante o Código Florestal e que se faça com que as pessoas trabalhem dentro da lei, com a preservação do meio ambiente.”, afirmou Skaf.