Leidiane Sabino
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Samara Del Pino Fernandes, veterinária, e Élcio Sanches Esteves Júnior, responsável pelo Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses) em Votuporanga alertam para a grande quantidade de mosquito Palha encontrada na cidade, o transmissor da leishmaniose. O Palha está em 18 dos 20 setores da cidade, informação preocupante, segundo o Secez.
“A presença do mosquito tem muito a ver com a doença. Tem quarteirão com colônia de mosquito, especialmente onde há quintais oferecendo condições ideais para a sua proliferação”, destacou Élcio.
Segundo Élcio, o fato da região sul ter mais casos de humanos e de cães mostra a falta de colaboração da comunidade. “Há muitos animais soltos nas ruas, casas sem muros que possibilitam o acesso livre de cães a várias casas e a limpeza do quintal não é feita com muita frequência. É um local onde as pessoas devem ficar atentas”.
Élcio disse que para evitar a leishmaniose é preciso não oferecer condições de vida para o mosquito. “É preciso deixar os quintais limpos e a principal medida preventiva no animal é a coleira ou o uso do repelente. A coleira dura em média por seis meses”.
Sintomas da doença em humanos: febre prolongada por mais de 15 dias, fraqueza, muita dor, inchaço das pernas, icterícia (olho amarelo) e emagrecimento.
Em visita às casas com casos humanos da doença, o Secez notou a existência de árvores frutíferas, com folhas e frutas no chão. Onde cães com a leishmaniose foram recolhidos, em alguns casos, estercos também estavam nos quintais.
Matéria orgânica em deposição de forma geral é ideal para a proliferação do mosquito. Samara destacou que há muitas pessoas desinformadas sobre a prevenção ou que, simplesmente, ignoram o perigo. “Tem gente que não entende a necessidade de retirar esta matéria orgânica do quintal”, falou.
O Secez tem três frentes de trabalho: uma atendendo as solicitações exames, por suspeita ou segurança; outra visita os bairros; e o trabalho científico com a Sucen e o instituto Adolfo Lutz, dividida em quatro áreas: uma em que é feito encoleiramento e castração dos cães; outra somente de castração dos animais; uma de somente encoleiramento; e outra de testemunha. Este trabalho já te um ano. Na próxima semana, a equipe do instituto Adolfo Lutz estará em Votuporanga para reavaliar os resultados da pesquisa e fazer algumas coletas de animais silvestres.
A região da cidade onde faleceu uma senhora na semana passada, a primeira morte do ano causada pela leishmaniose, é onde há mais casos da doença na cidade, há três humanos positivos, nas proximidades do córrego Boa Vista, na região sul de Votuporanga. “Ali tem quintais com árvores frutíferas. Realizamos vários manejos ambientais, retirando 400 caminhões de material”, contou Élcio.