Antônio Carlos Francisco comentou que sempre pede ao prefeito Junior Marão que a Prefeitura adquira para si o atual prédio do Cartório Eleitoral
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
O Fórum de Votuporanga passou a ser exemplo para a Justiça do Estado de São Paulo. Uma iniciativa do juiz aposentado Dr. Antônio Carlos Francisco, que até este ano respondeu como diretor do Fórum, foi elogiada pelo Tribunal de Justiça. É que ele criou o projeto “Leve Livro” para estimular a leitura.
Ao lado da sala de júri foi instalada uma mesa, que contém livros para serem doados ou locados. O material pode ser utilizado por qualquer pessoa, desde a comunidade em geral até funcionários e estagiários do Fórum.
Francisco recebeu um ofício assinado pelo juiz assessor da Corregedoria, Ricardo Tseng Kuei Hsu, destacando que a iniciativa “incentiva a leitura e fomenta a cultura, motivo pelo qual foi transmitida à assessoria de Imprensa e Comunicação do E. Tribunal de Justiça, para divulgação da boa prática”.
Até o juiz Antônio Carlos foi beneficiado. Ele encontrou na mesa um livro que muito marcou sua juventude, o “Deus Negro”, de Neimar de Barros. A obra, segundo a autoridade judiciária, propõe análise em relação à verdadeira cor de Deus. “Se Ele for negro, porque iremos discriminar o nosso semelhante?”, indaga Francisco.
O juiz diretor do Fórum, José Manuel Ferreira Filho, parabenizou o projeto de Antônio Carlos. “Em vez de jogar fora, estas obras poderão ajudar e muito os nossos estagiários, funcionários e demais autoridades que passam por aqui. Creio que isto ajudará muito quem não tem dinheiro para comprar um livro de Direito, assim como outros”, disse.
As autoridades pedem que quem tiver interesse de contribuir no projeto podem doar qualquer segmento literário como romance, religioso, autoestima, jurídico, revistas, entre outros.
Como ilustração na mesa, foi estampada a ata de fundação do Fórum local, datada em 12 de junho de 1948. Uma foto também traz o momento de grande importância para a cidade, com a presença do 1.º juiz de Direito, Nelson Ferreira Leite.
Ideias
Antônio Carlos Francisco comentou que sempre pede ao prefeito Junior Marão que a Prefeitura adquira para si o atual prédio do Cartório Eleitoral, na rua São Paulo, esquina com a Piauí. Durante muitos anos, o local abrigou o Fórum e depois a Prefeitura.
Na opinião de Francisco, o prédio precisa ser tombado, porque é uma arquitetura de época, semelhante à Igreja Matriz e Estação Rodoviária. “É um passado de nossa história que não deve ser dispensada”, falou.
Ele comentou ainda que todos os trabalhos envolvendo a Justiça deveriam ser unificados próximo ao Fórum, citando que algumas delas já são “vizinhas” do prédio: Ministério Público, Centro de Conciliação e a subsecção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). “Seriamos assim, uma ‘cidade judiciária’”, encerrou.
