Acordo com quem não usa o espaço está praticamente acertado; comerciantes que estão lá, esperam receber propostas
Intenção da Prefeitura é recuperar o prédio e instalar órgãos públicos
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
A Prefeitura e comerciantes do Mercadão Municipal estão em negociação pelo prédio. A administração pública quer o espaço para reformar e instalar o Poupatempo. Com boa parte de donos dos boxes (os que não utilizam mais o espaço), o acerto está bem adiantado, os que ainda mantêm seus trabalhos lá falaram ao A Cidade que querem um preço justo para aceitar a venda.
Diogo Mendes Vicentini, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, contou que a venda está sendo negociada pelo vice-prefeito Waldecy Bortolotti. “As pessoas estão interessadas no negócio. As que foram procuradas até o momento, aceitaram vender”, disse.
O secretário contou ainda que a Prefeitura ainda vai começar a negociação com quem utiliza o Mercadão para o seu comércio. “Vamos conversar e chegar em um consenso. Porque se alguém não aceitar vender, não tem como adquirir o local, a administração municipal não quer desapropriar. O prefeito Junior Marão quer reformar o prédio, que precisa ser recuperado. Para instalar o Poupatempo, tem diversos lugares na cidade, mas a prioridade é melhorar e preservar o espaço do Mercadão”, ressaltou o Diogo.
Quem ainda trabalha no Mercadão espera uma boa negociação para liberar o prédio.
“Esperamos um preço melhor pelos boxes”
João Carlos de Lima Neto tem nove boxes no prédio, ele vende artigos religiosos e artesanato. Contou que foi procurado pelo vice-prefeito na última quinta-feira, que teria apresentado uma proposta de R$1 mil o m² para cada box e ainda a transferência dos comerciantes para a rodoviária local.
“Nós não somos contra a vinda de órgãos públicos para cá, queremos que a cidade cresça, que o prédio seja reformado, mas não queremos ir para qualquer lugar, de qualquer jeito”, disse.
João Carlos está no Mercadão há mais de 30 anos. “Este ponto é referência para a população, que sabe onde nos encontrar. Sobrevivemos deste negócio. Por isso, precisamos que nos façam uma oferta justa, não podemos ficar no prejuízo”, falou.
O comerciante disse que a intenção é facilitar ao máximo possível a compra do local, mas quer ser respeitado. “Se me fizerem uma boa oferta ou garantirem que podemos voltar para cá depois da reforma, acerto a venda”, comentou.
“Por enquanto, tivemos apenas um contato rápido”
Fernando Norberto Tomé tem uma eletrônica no Mercadão. Ele também disse que conversou com o vice-prefeito, mas foi bem rápido. “A proposta de R$1 mil o m² é inviável para mim. Estou há 25 anos aqui, no box que era do meu avô. Não quero impedir o crescimento da cidade, mas espero uma oferta melhor”, falou.
“As propostas precisam ser acertadas ainda”
Iládio de Souza tem uma relojoaria no Mercadão há 46 anos, onde trabalha com a filha Marilei Aparecida de Souza.
“Tivemos uma rápida conversa com o vice-prefeito. O assunto precisa ser melhor discutido. Por enquanto, não tenho interesse em vender. Se a proposta for boa, todo negócio é aceito”, disse.
“Para mim, o melhor lugar para trabalhar é no centro”
João Francisco da Silva, sapateiro, trabalha lá há 22 anos. Para ele, o melhor lugar para o seu serviço é no centro da cidade, mas se for preciso sair, ele pede que a Prefeitura consiga um bom ponto para eles. João não é dono de nenhum box, atua em um espaço alugado.
“Estamos dispostos a negociar, não somos contra a venda”
Moacir Menezes é amolador, está no Mercadão há 20 anos. Quem ocupava o espaço antes é o seu pai, Antônio Bento, que tem 88 anos e comprou o box há quase 45 anos.
“Fiquei sabendo do interesse da Prefeitura pelo imóvel e estava na expectativa de ser comunicado para tomar minha decisão. É preciso pensar bem o que vai ser feito com quem está há anos aqui. Nós dependemos disso, tiramos o nosso sustento daqui, mas, por enquanto, recebemos a mesma proposta de quem não trabalha aqui. Ficou acertado que teremos uma reunião com o prefeito, vamos ver o que será proposto”, falou.
Moacir disse que para a rodoviária não vão. “Comércio nenhum sobrevive lá, não tem movimento e fica afastado dos moradores”.
Para acertar o preço, Moacir quer que seja levando em consideração também a área comum do prédio, que pertence a todos dos donos de boxes. “Queremos também que eles levem em consideração a possibilidade de que utilizemos o prédio depois de reformado”, falou.
Ele destacou que ninguém é contra a venda do prédio. “Queremos ver o Mercadão restaurado, enfeitando o centro de Votuporanga, mas esperamos uma proposta justa”, finalizou.