Iara Rosane da Costa Rufatto falou sobre as políticas públicas para a mulher no município
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a entrevista do programa Jornal da Cidade, da Rádio Cidade, foi Iara Rosane da Costa Rufatto, assistente social, coordenadora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e presidenta do CMDM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher), que falou sobre as políticas públicas para a mulher no município e também os desafios que devem ser enfrentados para novas conquistas. Iara contou que, mensalmente, a polícia elabora em média 60 boletins de ocorrência de violência contra a mulher na cidade; foram três homicídios em 2012.
O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher existe em Votuporanga desde 2010 e tem se mostrado bem atuante ao desempenhar o papel de lutar para a conquista das políticas públicas no município. “Nesta semana, nós fizemos um seminário para falar sobre a mulher, ressaltando os seus direitos. O Conselho vem cobrando, exigindo e divulgando os serviços. A gente tem um atendimento especializado no Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social; o atendimento à mulher que é vítima de violência; uma DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), algo que não tem em todos os municípios; SAE (Serviço de Atendimento Especializado), que atende inclusive os casos de estupro, entre outros diversos programas de saúde; e a OAB também faz atendimento à mulher. A gente tem vários programas que não eram divulgados e estamos colocando na mídia”.
Um dos temas que preocupa o Conselho é a violência contra a mulher. “Este é um dos fatores que assusta um pouco, porque temos uma média de 60 boletins de ocorrência registrados mensalmente. Estamos fazendo um trabalho de formiguinha, uma mudança cultural, para tentar acabar com a agressividade, a possessividade; este é um serviço gradativo, que não pode ser apenas do Conselho, a gente precisa continuar falando sobre esta questão, não podemos entender a violência como algo comum”. Iara ressaltou ainda que o índice de denúncia de violência física é muito maior que o de psicológica. “A mulher precisa tomar o conhecimento que a psicológica também deve ser denunciada”.
Para Iara, a mulher tem conseguido assumir novos papéis na sociedade, mas ainda fica para traz dos homens em algumas situações. Ainda há homens com o mesmo cargo e função e salário maior, também aquelas pessoas que pensam que o trabalho doméstico é somente da mulher; e ainda pouco representatividade feminina na política, a Câmara Municipal de Votuporanga não possui vereadora.
A assistente social contou que o Código Civil brasileiro foi alterado em 2003 e até aquele ano, ele dizia que a mulher só podia trabalhar com autorização do marido. “É algo extremamente novo e que a gente só conquistou porque não parou de batalhar!”, ressaltou.
Para Iara, a sociedade precisa ainda de algumas mudanças culturais, educando meninos e meninas para a busca de seus objetivos, sem a necessidade do uso da força. E que a mulher precisa perder o medo de denunciar a violência.
As equipes do Creas, Conselho da Mulher e Delegacia da Mulher estão à disposição para orientar sobre os direitos e os caminhos que podem ser seguidos.
Para mais informações, o Conselho localiza-se na sede de Secretaria de Assistência Social, telefone: 3426-2600.