Veterinário ressalta a importância do exame e eutanásia em animais doentes; Saúde tem intensificado medidas preventivas
Leidiane Sabino
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A leishmaniose é uma doença grave, que atinge homens e cães e preocupada as autoridades em saúde no município, que estão intensificando as ações preventivas e diagnósticos. Ela pode ser considerada atualmente o principal problema local de saúde pública da cidade que, neste ano, já confirmou 131 cães doentes e três pessoas, duas delas faleceram. O jornal A Cidade conversou com o médico veterinário do Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses), Elcio Sanches Esteves Júnior, que explicou também como funciona o procedimento da eutanásia, praticada em casos de animais doentes.
A leishmaniose atingiu 26 pessoas em 2012 e cinco em 2011 no município. Os animais doentes foram 1.790 em 2012 e 613 em 2011. Humanos demoram até seis meses para apresentar os sintomas, cães, até cinco anos.
De acordo com Elcio, a doença em humano tem cura. “Porém, os cães tratados permanecem portadores do parasito”. Por isso, os animais doentes são eutanasiados. Todos os dias, animais são sacrificados na cidade, procedimento que pode ser acompanhado pelo dono. “Utilizamos o produto mais caro e melhor do mercado; é uma injeção importada. De três a quatro segundos após a aplicação, o cão relaxa os músculos, como se estivesse dormindo, e falece, sem dor e sem violência”.
Quando o dono se recusa a autorizar o exame do animal, ele tem o prazo de sete dias para realizá-lo particularmente; se não o fizer, será encaminhado para a Justiça. “A pessoa que se nega a fazer o exame, fica com o animal doente em casas e coloca em risco a saúde de muitas pessoas. É preciso colaborar tanto para confirmar a doença, quanto para a eutanásia”.
É encaminhado para a eutanásia o cão doente, com comprovação em exame; caso o exame dê positivo, mas o animal não apresente sintomas, ele pode ser reexaminado.
Para quem está preocupado com o seu animal, o melhor a fazer é prevenir e o método mais eficaz é a utilização da coleira, que custa em média R$60, com validade de seis meses.
Por meio de um inquérito censitário, o Secez está fazendo exames por toda a cidade. Além disso, tem uma equipe atendendo somente a solicitação dos moradores.
Para prevenir a doença, a cada 15 dias, uma região está sendo beneficiada com uma espécie de arrastão, retirando, especialmente dos locais onde há casos de humanos, todo material orgânico existente. Estes locais estão recebendo também pulverização, inclusive nas residências. Elcio alerta para a importância da limpeza das casas. “A Prefeitura não consegue fazer todo o serviço sozinha. No sábado, dia 2 de março, foram retirados 47 caminhões de lixo em uma região da cidade”, disse Elcio.
O mosquito palha transmite a doença para os cães e assim pode contaminar os moradores da casa. Esse tipo de mosquito só nasce em lugares úmidos, em restos de plantas e frutos ou no lixo. Se o quintal permanecer limpo, com o lixo embalado, o mosquito não nasce.
O Secez está disponível para orientar a população e examinar os animais. Para mais informações: Secretaria Municipal de Saúde, telefone: 3405-9787.