Para oferecer água com qualidade à população, autarquia investe em laboratórios com equipamentos, além de cursos de capacitação
Oscar Guarizo explica os procedimentos de tratamento de água
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga consome hoje 24 milhões de litros de água por dia, o que significa 282 litros por pessoa/dia (considerando 85 mil habitantes). E para que as pessoas tenham uma água pura e saudável para o consumo, são realizados vários processos pela Saev Ambiental.
O superintendente da autarquia, Oscar Guarizo, explicou que potabilidade da água servida à população de Votuporanga é um assunto levado a sério. “Nos tornamos referência para outras cidades, inclusive já recebemos a visita de técnicos da Sabesp, e de cidades como Monte Alto, Capivari e dos estados de Minas e da região Sul”, disse. Por várias vezes, o município foi escolhido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes) para sediar cursos a nível nacional.
A finalidade do tratamento é produzir água própria para o consumo humano, potável, isenta de impurezas e microorganismos. “Dessa forma, seguimos os padrões estabelecidos pela Vigilância Sanitária do município e da Organização Mundial de Saúde”, falou.
Para oferecer água tratada e com qualidade à população, a Saev Ambiental investe em laboratórios apropriados com equipamentos para as análises de rotina de monitoramento da água dos sistemas de tratamento, além do quadro de pessoal que recebe cursos de capacitação constantemente.
O químico Antonio Carlos Ferreira conta como a análise acontece. “Temos uma equipe de técnicos e especialistas na Saev Ambiental responsáveis por este controle e as análises da água que chega ao consumidor. Cada sistema exige uma rotina de análise. A água que captamos da represa, por estar na superfície, mantemos a análise de duas em duas horas e de maneira ininterrupta. De madrugada, feriado, sábado ou domingo, temos gente trabalhando e observando se está tudo certo com essa produção. Já nos poços profundos, a natureza nos envia uma água já quase pronta para consumo, sendo necessária a análise duas vezes por dia. Além disso, fazem pontos de coleta da água em toda a cidade, em mais de 20 lugares. Essa água é avaliada para sabermos se não sofreu nenhuma degradação no meio do caminho, entre a saída dos poços até a chegada às casa das pessoas. E a Saev ainda vai além. Para certificar as análises feitas aqui, temos um contrato anual com laboratórios especializados nesta área para que façam seus próprios laudos pelo menos duas vezes por ano e nos enviem um comparativo de qualidade”, detalha.
Ferreira elogia a estrutura que a cidade tem em relação à água. “É importante observar que Votuporanga é uma cidade muito privilegiada pela natureza e por seu posicionamento geográfico. Estamos numa região alta, onde não passam rios com carga poluidora, ou seja, a represa que usamos para abastecer grande parte da cidade é alimentada por córregos limpos que, por sua vez, recebem água de 38 minas que nascem dentro do próprio município. Isso significa que a água faz um caminho curto até chegar às residências. Ao contrário de outras cidades que precisam pegar águas de grandes rios já poluídos por esgotos de outras cidades ou de empresas. Isso não existe em Votuporanga. Não temos grande volume de água, mas temos qualidade. Outro ponto positivo de Votuporanga, é estar em cima do Aquifero Guarani, um dos maiores mananciais do mundo, que nos permite retirar a água de excelente qualidade através dos poços profundos da Vila Muniz e da Zona Norte. Apesar de sabermos que temos que investir na construção de novos poços, percebemos que nossos antecessores tiveram uma ótima visão para abastecimento de Votuporanga. A estrutura da ETA (Estação de Tratamento de Água), feita há 53 anos nos atende até hoje e suporta nossas necessidades. Ela foi construída pelo prefeito João Gonçalves Leite e entrou em funcionamento na gestão de Hernani de Matos Nabuco”.
Análise da água
Luiz Antonio Cavalari Costalonga, diretor da divisão de produção e qualidade da água, fala sobre a análise. “As análises são coordenadas por químicos e biólogos da Saev Ambiental junto com uma equipe de 11 operadores. Eles se revezam num trabalho de 24 horas, sábado, domingo, feriado, dia e noite. A operação não para. Temos o auxílio também de um moderno sistema de automação que faz controle à distância dos poços de abastecimento. Os painéis instalados na sede da autarquia indicam possíveis problemas no funcionamento dos poços, como queima de equipamento, por exemplo”.
Costalonga explica que para que esteja apta a beber, a água precisa obedecer ao padrão de potabilidade da OMS (Organização Mundial de Saúde) que indica uma quantidade aceitável de cada componente, como por exemplo, sais minerais, cloro e flúor.
Uma rotina diária de controle da Saev Ambiental comprova a ausência de metais pesados, herbicidas, pesticidas, bactérias de interesse clínico, parasitos, coliformes totais e fecais na rede de abastecimento.
Abastecimento de água em Votuporanga
Costalonga fala como é realizado o abastecimento de água na cidade. Para o abastecimento da população urbana e rural de Votuporanga, são utilizados os seguintes sistemas: represa de captação de água do Córrego Marinheirinho, poço profundo da Vila Muniz, poço profundo da Zona Norte, poços 1 e 2 do distrito de Simonsen e poço da Vila Carvalho.
A represa de captação abastece a região central, atendendo 35% da cidade; o poço profundo da Zona Norte, atende outros 30% e o poço profundo da Zona Sul, responsável por 35%. A rede de distribuição tem 420 km de tubulação e 33 mil hidrômetros.
Votuporanga conta com 100% de abastecimento de água, ou seja, todo o município é coberto com a oferta da água. O abastecimento é uma das responsabilidades da Saev Ambiental que faz isso com muito carinho há mais de 50 anos.