Carlão falou de sua relação de amizade com a família, ressaltando que não esconderia se fosse sócio da empresa
Deputado foi questionado pela população enquanto esteve na rádio
Leidiane Sabino
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O deputado estadual Carlão Pignatari esteve ontem no programa Jornal da Cidade, da Rádio Cidade, para comentar a entrevista coletiva que concedeu na segunda-feira, às 15h, em seu escritório em Votuporanga, quando afirmou que não ligações com as empresas Demop e Scamatti & Seller, investigadas por meio da Operação Fratelli por suspeita de fraudes em licitações.
Uma matéria divulgada por um jornal da região continha o depoimento de uma testemunha, afirmando que o Carlão poderia ser sócio da Demop, por isso, o deputado realizou uma entrevista coletiva na tarde da última segunda-feira para comentar o assunto.
“Nunca fui sócio e eu não teria nenhuma dificuldade de falar se fosse, mas nunca fui. A respeito da testemunha, este depoimento é de julho de 2008; uma pessoa oculta apareceu lá dizendo que a empresa tinha crescido muito nos últimos tempos, ganhado muitas licitações na região de Votuporanga, Fernandópolis e Jales e “imagina-se” que o prefeito (Carão) seja sócio da empresa”, falou o deputado.
Em trecho do depoimento, a testemunha diz o seguinte: “imagina-se que o prefeito municipal de Votuporanga possui participação na empresa, apesar de não estar registrado...”. De acordo com o deputado disse que esta “imaginação” pode relacionar-se à amizade que ele tem com a família, por mais de 30 anos. “Membros da família Scamatti trabalharam comigo, por isso que fizeram estas ligações entre nós, que, na minha opinião, são maldosas. Quem não conhece a família? Eu tive e tenho amizade, não é por isso que necessariamente tenho que ser sócio. Tenho a consciência tranquila pelo que fiz na minha cidade e estou fazendo por toda região, pela retidão de caráter e compromisso que tenho com coisas sérias. Não tenho nenhuma preocupação de falar sobre este assunto em nenhum momento”, comentou o deputado.
Questionado se a letra P do nome Demop teria ligação o seu sobrenome (Pignatari), Carlão explicou que D é de Dorival, E de Edson, M de Mauro, O de Olívio e P de Pedro, a primeira letra dos cinco irmãos Scamatti.
Carlão repetiu que desde meados do ano passado não conversa com Olívio Scamatti. Sobre o engenheiro Fernando César Matavelli, que trabalha para a empresa investigada, Carlão ressaltou ser um homem competente e tem a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar do país. “Foi secretário do Pedro Stefanelli, meu secretário e, por alguns meses, do Juninho Marão. As pessoas saem do serviço público para a iniciativa privada para ter uma remuneração maior”, falou.
As empresas investigadas realizaram obras em Votuporanga quando Carlão foi prefeito e também na atual administração municipal. “A empresa está sediada aqui, quem tem o canteiro mais barato? Quem pode fazer o menor preço? Se fez o serviço para a Prefeitura, foi bem feito, fiscalizado e com o menor preço, senão, não faria”, ressaltou o deputado.
Sobre as casas em execução pelas empresas na cidade, Carlão disse que, se o contrato está firmado com a Caixa Econômica Federal, o cidadão deve ficar tranquilo e se tiver alguma dúvida, precisa procurar a empresa ou imobiliária onde fechou o negócio.
“Quando você não deve, não teme e eu não tenho nenhuma preocupação quanto a isso. Fui investigado de 2008 a 2010 e o próprio Gaeco e o Ministério Público desistiram por não haver indícios de minha participação. A gente tem que mostrar a verdade e não vou negar o relacionamento de amizade que tenho até hoje com a família”, finalizou.