Pessoas passam por trecho interditado a pé, de bicicleta e até motocicleta; mototaxistas cobram R$5 por serviço
Senhor carrega a bicicleta para conseguir chegar em casa
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
O desvio feito para as obras de duplicação da rodovia Péricles Belini, entre o quilômetro 124 e a alça de acesso à rodovia Euclides da Cunha, continua gerando transtornos para moradores e motoristas que tentam passar pela pista. Muitos reclamam da má sinalização, outros dizem que a poeira é um dos principais problemas.
Em poucos minutos em uma das áreas interditadas é possível ver a grande quantidade de pessoas que se arriscam a pé, de bicicleta e até mesmo com motocicleta pelo local. Os que procuram o desvio reclamam da má sinalização e do desgaste causado pela obra.
Rosângela Aparecida Francisco é mototaxista. Ela contou que todos os dias deixa pessoas no trecho interditado perto do residencial Noroeste, quando ela usa o desvio para chegar até o bairro, cobra mais caro. “A corrida custa R$4, mas quando vamos até lá, cobramos R$5. Todo mundo cobra mais”, falou.
Andrea Mendes Barreto Viana mora no residencial Noroeste. Ela contou as dificuldades que tem para ir até o centro da cidade. “A gente tem que passar no meio da obra todos os dias. Muita gente reclama. Sem contar que o grande fluxo de carros e caminhões deixa o bairro cheio de poeira, é horrível”.
Antônio Carlos Venturini tem uma oficina no residencial Noroeste. Ele disse que quando a interdição foi feita, quase teve que parar de trabalhar para ficar orientando motoristas. “Agora, melhorou um pouco, mas ainda atendo umas dez pessoas por dia, que não sabem para onde ir. O bairro das Paineiras praticamente perdeu o asfalto, de tantos veículos que passam por lá por causa da obra. Quem vem da região de Araçatuba, querendo ir para Fernandópolis, indicamos o caminho por Valentim Gentil, tentando desafogar Votuporanga”, explicou.
Ele falou ainda que a indicação das placas é muito confusa. “Eles escreveram que está interditado, mas não indicam o caminho a ser seguido”.
Sobre a poeira, Antônio Carlos falou que a Prefeitura tem jogado água para amenizar durante a semana, mas nos finais de semana o transtorno é grande. “A Conter também deveria jogar água no canteiro de obras”, pediu.
Há também quem não reclame. O senhor João de Jesus Ribeiro mora na Vila São Vicente, mas vai até o residencial Noroeste todos os dias para vender sorvete. “Não tem problema estar interditado. É para um benefício. Mas o povo fala mal assim mesmo”, disse.
O trecho deve ficar interditado por seis meses, até que as obras sejam concluídas. Neste período, os motoristas precisam ficar atentos aos desvios estabelecidos pelo órgão estadual. O acesso à cidade é feito apenas pela avenida da Coacavo ou então pela rodovia Euclides da Cunha. Os demais acessos na rodovia Péricles Belini estão interditados, como os das avenidas Onofre de Paula e das Nações.
Para quem trafega pela Péricles Belini, os desvios serão feitos pela estrada rural João Costa Ramos (VTG – 356) e pela estrada vicinal Nelson Bolotario (VTG – 70) ou ainda pela rodovia Euclides da Cunha.
Está proibido o tráfego de caminhões pesados (como bitrens, rodotrens e treminhões) dentro do município de Votuporanga.
Duplicação
Serão duplicados 3,6 quilômetros do trecho urbano da rodovia Péricles Belini. O investimento gira em torno de R$ 20 milhões e está dentro do pacote de duplicação da rodovia Euclides da Cunha.
Além da duplicação, serão três dispositivos. Um viaduto que ligará a avenida das Nações ao 2º Distrito Industrial (KM 126); um trevo que ligará o bairro Chácara das Paineiras (Rua Vitório Albarello) à estrada vicinal “Nelson Bolotário”, conhecida como “Subida da Morte“ (KM 125); e mais um trevo, na ligação da avenida Onofre de Paula ao Residencial Noroeste, localizado no quilômetro 124.