Desabafo
Mãe relata sofrimento em carta
Na manhã de quinta-feira, o jornal A Cidade conversou com Roseney Pompônio Viana da Silva, na secretaria de Direitos Humanos, momento em que buscava pela ajuda de Emerson.
Roseney contou que seu filho tem 20 anos e é usuário de crack há um ano e meio. Atualmente o jovem não trabalha e para sustentar o vício, começou a cometer delitos. “Ele está furtando e roubando. Dentro de dois meses, foi preso em flagrante quatro vezes, e foi solto”, falou. Em uma das ocorrências, ela disse que o filho furtou sua faca de cozinha para usar no delito.
Ele já esteve internado no Hospital Psiquiatrico Mahatma Gandhi, em Catanduva, duas vezes, em menos de um ano. Em uma clínica de Valentim Gentil, também conseguiu uma vaga, após o proprietário se sensibilizar ao ver a foto do jovem no Facebook acorrentado pela mãe, para não usar drogas.
Pelo Caps de Votuporanga, ele conseguiu uma vaga em Estrela D’Oeste, mas não ficou dois dias; em uma igreja evangélica na Vila Carvalho, o jovem também não quis no tratamento. Todas estas internações foram por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).
Em Votuporanga só existe uma clínica de internação involuntária, mas é particular. O pedido da mãe é que as autoridades locais, principalmente do Poder Judiciário, ajudem a encontrar uma vaga para a internação à força, já que o processo continua aberto. Roseney escreveu uma carta relatando sua luta em ver o filho longe das drogas: "Venho por meio desta pedir por misericórdia uma internação compulsória para meu filho. Ele é usuário de crack, e não aceita tratamento, já passou por várias internações, por ordem judicial (compulsória), mas só ficou 12 dias em cada internação. Com várias passagens pela polícia por roubo e furtos para usar crack, foi preso por quatro vezes em dois meses e o máximo que ficou foi quatro dias.
O último laudo médico dele do hospital pede para que ele dê continuidade ao tratamento em clínica de recuperação de longa permanência . O último processo de internação compulsória ainda está em aberto. Temo pela vida dele e de outras pessoas, pois na hora da tal “nóia” são capazes até de matar. Já vieram me ameaçar no portão de casa, por ele dever drogas. Tenho um filho de 14 anos que acaba correndo risco também. Peço por misericórdia antes que seja tarde demais para que o juiz que está com esse processo me ajude a interná-lo em uma clínica involuntária. Esse é o apelo de uma mãe que vem lutando sem achar mais saída. Desabafo de uma co-dependente que está morrendo aos poucos.”