Leidiane Sabino
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Eleito senador na Itália, Fausto Longo esteve ontem em Votuporanga em agradecimento aos votos que teve dos descendentes que vivem no município. Ele também participou da Festitália, promovida pela Associação Cultural Ítalo-brasileira de Votuporanga, na noite de ontem, no Assary. Esta foi sua primeira visita oficial depois da eleição.
Fausto chegou na sexta-feira, 26, de Roma em São José do Rio Preto e seguiu para Votuporanga.
Ele foi eleito senador com 300 mil votos no dia 25 de fevereiro deste ano e tomou posse em 25 de março para um mandato de cinco anos. Estes votos foram obtidos na América Latina, todos conquistados em campanha por meio da internet e Correios. Da região, foram aproximadamente 1.100 votos. A Itália destina 12 vagas para deputados e seis para senadores que representam os descendestes deste país em todo o mundo. A América do Sul fica com duas vagas para senadores e quatro para deputados, já que conta com 60 milhões de ítalo-descendentes; o Brasil tem 20 milhões e o Estado de São Paulo, 16 milhões.
Da região, Fausto pretende saber das potencialidades e, aliado ao que a Itália tem de melhor, possibilitar um intercâmbio. “As ações dos dois países podem se complementar. Podemos fazer a união e conquistar mercados alternativos”, disse Fausto.
Uma das lutas de Fausto é incentivar maior agilidade na liberação de cidadanias italianas aos latino-americanos.
O prefeito Junior Marão recepcionou o senador e elogiou a iniciativa inovadora da Itália em ter representante no senado de outros países. “Também sou descendente e fico feliz do intercâmbio que vamos fazer”, disse.
Orlando Beretta, presidente de honra e fundador da Associação Cultural Ítalo-brasileira de Votuporanga também comentou a importância do intercâmbio comercial e industrial que a cidade fará com o país europeu.
Uma questão de história
A Itália teve um momento de muita dificuldade, quando muita gente precisou sair para o mundo para sobreviver, inverno e verão rigorosos dificultavam as condições de obter alimento, em torno do ano de 1860, quando o Brasil vivia o fim da escravidão e os barões do café queriam uma política para substituir a mão de obra escrava.
Na Itália, a população queria uma reforma agrária e os latifundiários não. Então, Umberto Primo, da Itália, e Dom Pedro II, no Brasil, fizeram um acordo e italianos foram enviados para cá. “Para mim foi uma decisão muito negativa para todos”, disse Fausto Longo.
Brasil e Argentina foram os países que mais receberam italianos, que vieram sofrem com o trabalho pesado. “No Brasil, tudo vinha do reino, porque era mais cômodo para eles comprar de Portugal e gerar riqueza àquele país. Os italianos, acostumados a criar as próprias ferramentas e consertar, trouxeram ao Brasil o início da engenharia, artesanato e mecânica”, falou Fausto.
Por este descuido com a população é que o senador Tremaglia possibilitou que representantes de ítalo-descendentes fossem votados na Itália.