A Cidade repercute juri de 12h, realizado na última sexta-feira e criminalistas apontam que caso é ganho para o Ministério Público
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
O Fórum local sediou na última sexta-feira um dos julgamentos mais longos da história de Votuporanga. Na edição de hoje, o jornal A Cidade traz uma reportagem especial sobre os questionamentos que ficaram após o júri de Flávio Malavazzi e Marcelo dos Santos, ambos condenados a mais de 10 anos de prisão cada um, por terem tentado matar Tonny Pires Custódio, em abril de 2010, na saída de uma boate, com chutes e demais agressões.
Durante todo o processo, testemunhas afirmaram que cerca de 12 pessoas teriam contribuído nas agressões. Entretanto, até agora, somente três deles foram julgados. Dois estão considerados foragidos e dois adolescentes (na época do crime) também são apontados como co-autores.
Mais jovens serão considerados culpados? Caso não sejam identificados pela justiça, parte deste crime poderá prescrever, ou seja, ser arquivado?
“Podem trazer os melhores advogados que não vai dar em nada”, diz Gianezi
A defesa dos jovens foi formada por especialistas na área criminal, regionalmente conhecidos.
Marcus Antônio Gianezi explicou que o júri teve um longo trabalho de desdobramento da defesa para provar aos jurados que seu respectivo cliente, Marcelo dos Santos, não agrediu a vítima. “Foi muito cansativo. Começamos os trabalhos às 9h e quase terminou às 21hs. Chegamos perto de 12h de juri.”. Afirma ainda que pretende recorrer da pena, alegando que, em sua opinião, a prova é contrária aos autos. Ele também pedirá um novo júri. “Respeito a decisão do juiz, mas não acato”.
Gianezi lamenta que os jurados tenham acatado, especificamente, sobre o júri de sexta, as teses apresentadas pela acusação. “Podemos, com toda a nossa honestidade e lisura, apresentar que as provas são contrárias aos autos, enfim, ‘fazer chover’ no tribunal, mas os jurados acatam as alegações da promotoria. Podemos trazer os melhores advogados que não vai dar em nada”, comentou.
Ele conta em sua carreira com grandes casos de defesa de repercussão, entre eles, o de
Braw Michael Verde, condenado a mais de 60 anos por ter matado a bebê Ana Clara da Silva Lagoin, em 2011; o de do pai-de-santo Moacir Fernandes Dias, por ter matado em 2002, Ana Letícia Bueno Magalhães, de 8 anos. O júri foi em 2007 e a sentença dada pelo juiz Jorge Canil foi de 37 anos e quatro meses de prisão; o de Manoel Américo da Costa, 65 anos, condenado a mais de 22 anos de prisão pela morte de Priscila de Souza, de 22 anos, em 2011.