Parceria entre a PM e Prefeitura foi definida nesta semana; três policiais da Atividade Delegada vão trabalhar diariamente no local
O consumo de álcool e drogas por adolescentes e jovens no Parque da Cultura de Votuporanga tem se tornado frequente (Foto: Aline Ruiz/A Cidade)
Aline Ruiz
O consumo de álcool e dro-
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vens no Parque da Cultura de Votuporanga tem se tornado frequente. Com isso, a Prefeitura e outros órgãos estão olhando com outros olhos para o local, a fim de garantir a segurança das pessoas que frequentam a área de lazer. Nesta semana, por exemplo, uma parceria entre a Polícia Militar e o Executivo permitiu o aumento do policiamento no parque, sendo que, a partir de agora, três policiais da Atividade Delegada vão trabalhar das 17h à 1h todos os dias para manter o lugar seguro.
O capitão da 3ª Companhia da Polícia Militar de Votuporanga, Edson Fávero, afirmou para o A Cidade que o aumento de um policial já vai contribuir bastante para a segurança do Parque da Cultura. “Agora teremos mais mobilidade. Antes não tinha como deixar a viatura e percorrer o local a pé, por exemplo, dessa forma, com três policiais, a atenção será redobrada”, disse.
Para o capitão, apenas o aumento do efetivo não soluciona o problema da aglomeração de pessoas consumindo drogas e álcool no Parque da Cultura. “O jovem e o adolescente tem o direito de ir e vir, não podemos fazer nada. Eles não vão beber ou fumar na frente de um policial, então enquanto a gente estiver lá, nada vai acontecer, porém, o que acontece depois já é outra história, ficamos de mãos atadas”, completou.
O ideal, segundo o capitão Fávero, seria manter o policiamento por 16 horas. “Dessa forma abrange todos os horários que as pessoas costumam frequentar o local. Mas isso depende de verba, já que a Atividade Delegada é um programa oferecido pela Prefeitura, não tem nem como ficarmos exigindo tanto assim”, ressaltou.
As ocorrências mais comuns registradas naquela região, segundo o capitão, são de embriaguez ao volante, perturbação de sossego, além de outras infrações de trânsito. “Moradores já reclamaram que encontraram pinos de cocaína e bebida pelo local, mas quando a polícia está lá, isso não acontece. Esse trabalho precisa ter um envolvimento não apenas da PM, mas também da Prefeitura, Conselho Tutelar e Polícia Civil”, relatou.
Conselho Tutelar
O A Cidade também conversou com o presidente do Conselho Tutelar de Votuporanga, Douglas Araújo. Para ele, os únicos culpados nessa história são os pais e familiares. “O principal cuidador desses adolescentes é a família, o Parque da Cultura é um local público, o que acontece lá também acontece em outros locais, então a família tem que cuidar e não jogar a responsabilidade para outra pessoa”, argumentou. O presidente frisou ainda que os locais que fornecem bebidas alcoólicas para esses menores também estão contribuindo com o que acontece nas ruas. “A lei é clara, é crime fornecer bebidas para menores e isso tem que ser averiguado, mas a venda acontece nas redes de supermercado para os maiores de idade, que fornecem posteriormente para o menor, então fica complicado”, opinou.
População
Algumas pessoas que estavam caminhando pelo Parque da Cultura na tarde de ontem também conversaram com a nossa reportagem. O comerciante Antônio Carlos de Moraes, de 53 anos, disse que a aglomeração de jovens e adolescentes no parque nunca o incomodaram. “É mais uma preocupação, na verdade. Hoje em dia as pessoas entram no mundo do álcool e das drogas muito cedo, isso que tem que ser visto e trabalhado”, disse. Já a dona de casa Maria de Lourdes Ribeiro, de 63 anos, se incomoda com a situação. “Eu costumo mudar o horário que venho aqui para caminhar. Nos dias que sei que o movimento é maior, a gente se sente meio insegura com a situação”, revelou.
Câmeras de segurança
A instalação de câmeras de segurança no Parque da Cultura foi uma das opções cogitadas pela Prefeitura para contribuir com a segurança do local, já que poderia inibir ações deste tipo por parte dos menores de idade. Para o A Cidade, o secretário de Trânsito, Transporte e Segurança, Jair de Oliveira, afirmou, porém, que ainda não há uma data certa para que as câmeras sejam instaladas. “Para isso é necessário recurso financeiro, queremos instalar, mas aguardamos o momento propício para fazer esse trabalho de instalação de câmeras de monitoramento no Parque da Cultura, dependemos do prefeito”, pontuou.
Conseg
O presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Votuporanga, Bruno Camargo, contou que o conselho vai se inteirar do assunto e buscar alternativas para também tentar ajudar, principalmente, na conscientização por meio de campanhas. “Vamos acompanhar melhor e tentar sugerir o aumento de efetivo, principalmente aos fins de semana, além de sugerir a ronda com as motos da PM. Outra questão importante é realizar uma campanha educativa nas escolas”, comentou.