Mulher teria feito compras em nome da instituição, passado cheques irregulares e até PIX da conta da entidade para sua conta pessoal
Uma ex-secretária foi acusada de desviar mais de R$ 58 mil da Associação Antialcoólica de Votuporanga (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
A juíza da 1ª Vara Criminal de Votuporanga, Gislaine de Brito Faleiros Vendramini, acolheu uma denúncia do Ministério Público contra uma ex-secretária da Associação Antialcoólica do município, acusada de desviar mais de R$ 50 mil da instituição. A mulher, identificada pelas iniciais D.V.T.S, teria feito compras pessoais em nome da instituição, passado cheques irregulares e até transferências via PIX direto da conta da entidade para sua conta pessoal.
Conforme a denúncia, a investigada fazia parte do programa “Votuporanga em Ação” e foi cedida à associação em 2023 por meio de um convênio com a Prefeitura. Em março do mesmo ano, ela recebeu uma procuração com poderes para representar a instituição e resolver questões administrativas.
Como parte de seu trabalho, ela recebia dinheiro para o pagamento de fornecedores e quitação de débitos da instituição. Algum tempo depois, diretores da Associação começaram a ser cobrados por comerciante locais, que relataram atrasos nos pagamentos de contas referentes a produtos e serviços de uso da Associação.
A partir dessas queixas, foi iniciada uma apuração interna, que revelou que a denunciada, valendo-se da função que exercia na Associação, apropriou-se de cerca de R$ 58 mil da entidade, permanecendo com os valores que lhe eram entregues para a quitação de débitos. Ela ainda teria realizado compras em estabelecimentos comerciais em benefício próprio, mas em nome da Associação, e também efetuado transferências eletrônicas via PIX da conta da entidade para a sua conta pessoal.
Ao ser questionada, a acusada negou os fatos, alegando que levou ao conhecimento da diretoria da entidade a existência de irregularidades nas atividades financeiras, que os depósitos que supostamente teria feito em sua conta são, na verdade, pagamento salarial, oriundos de pagamentos pela sua participação no Projeto “Votuporanga em Ação”, e que as compras que realizou junto aos estabelecimentos comerciais foram para uso e consumo na própria Associação Antialcoólica.
Suas afirmações, no entanto, foram refutadas por documentos juntados ao processo, que mostram que seu pagamento era feito por meio da Prefeitura e com valor fixo, enquanto as transferências bancárias, via PIX, que ela fazia para sua conta tinham valores diversos e aleatórios.
A acusada, então, responde ao processo por apropriação indébita, que prevê pena de até quatro anos de prisão. A audiência de instrução e julgamento do caso será realizada no dia 23 de outubro.