Ainda não há previsão de quando a imunização para esse público vai começar. Doses são diferentes da aplicada a quem tem 12 anos ou mais e o Brasil ainda não tem essa versão
A Anvisa alerta que a autorização é baseada nos dados disponíveis até o momento e os resultados são avaliados a todo momento (Foto: Geovana Albuquerque/ Agência Saúde)
A área técnica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou nesta quinta-feira (16) a aplicação da vacina da Pfizer contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. Mais de 10 países já iniciaram a vacinação de menores de 12 anos. A dosagem para esse público será menor do que a utilizada por maiores de 12 anos. O Brasil ainda não tem essas doses ajustadas.
O g1 entrou em contato com o Ministério da Saúde sobre a previsão do início da vacinação desse público, mas não obteve respostas até a publicação da reportagem.
A Anvisa alerta que a autorização é baseada nos dados disponíveis até o momento e os resultados são avaliados a todo momento. Veja as orientações da agência:
- A dose para as crianças entre 5 e 11 anos de idade é de 1/3 em relação à formulação já aprovada no Brasil
- Formulação pediátrica é diferente daquela aprovada anteriormente apresentada para o público com mais de 12 anos e, portanto, não pode ser utilizada a formulação de adultos diluída
- A criança que completar 12 anos entre a primeira e a segunda dose, deve manter a dose pediátrica
- Não há estudos sobre a coadministração com outras vacinas - não deve ser administrada com outras vacinas.
Além da área técnica, especialistas das sociedades brasileiras de Infectologia (SBI), de Imunologia (SBI), de Pediatria (SBP), de Imunizações (SBIm) e de Pneumologia e Tisiologia participaram da avaliação.
O infectologista Renato Kfouri, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações e que participou da avaliação da Pfizer junto à Anvisa, lembra que a Covid matou mais crianças do que coqueluche, diarreia, sarampo, gripe e meningite somadas.
“A gente fala que só 0,4% das mortes ocorrem nos menores de 20 anos, mas 0,4% de 600 mil mortes são mais de 2.500 crianças e adolescentes que perderam a vida para a Covid. Em dois anos, esse total de mortes é maior do que todo o calendário infantil. Se somarmos todas as mortes por coqueluche, diarreia, sarampo, gripe, meningite, elas não somam 1.500 por ano. A Covid-19 é uma doença prevenível por vacina que mais mata nossas crianças”, diz.
Ele reforça que existem justificativas sanitárias, epidemiológicas, de saúde pública para incluir crianças no programa de imunizações. “Claro, desde que as vacinas sejam seguras, com o mesmo critério e rigor que licenciamos para os adultos. Cumprindo esses critérios, não há dúvidas que é importante vacinar essa faixa etária”, completa.
A vacina da Pfizer está registrada no Brasil desde 23 de fevereiro deste ano para pessoas com mais de 16 anos e, para a faixa etária de 12 a 15 anos, desde 11 de junho.
*Com informações do g1.