Por Leonardo Azambuja: médico especialista em nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável
Leonardo Azambuja é médico especialista em cirurgia geral, nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável (Foto: A Cidade)
Como falam que nos nosso país tudo começa após o carnaval, essa “desculpa” não pode mais existir, vamos começar a se exercitar. A inatividade física é hoje um dos grandes problemas de saúde pública mundiais, conforme aponta um dado alarmante divulgado por Booth, que revela que cerca de 70% da população adulta não alcança os níveis mínimos recomendados de atividade física. Essa postura leva a sérios prejuízos à saúde, além de ônus econômicos na ordem de bilhões de dólares por ano, somente nos Estados Unidos, em custos relacionados aos tratamentos de doenças e condições, que provavelmente seriam evitados pela prática de atividade física regular.
Esse sedentarismo pode ser associado à chegada de novas tecnologias. Depois dela, a luta pela sobrevivência, que existia em tempos remotos e exigia esforço físico na busca por comida, ficou para trás mudando drasticamente nossa forma de viver. O ambiente moderno proporcionou alimento de maneira abundante e o tempo todo, deixando o homem mais sedentário e propenso a desenvolver a obesidade e síndromes metabólicas. Recentemente, o sedentarismo foi considerado como doença, e o termo “Síndrome da Morte Sedentária”, proposto pelos pesquisadores em 2001, foi designado para englobar as emergentes desordens ocasionadas pelo estilo de vida sedentário.
Uma pesquisa publicada em janeiro desse ano pelo American Journal of Clinical Exercise defende que uma simples caminhada diária de 20 minutos pode ser suficiente para a redução do risco de morte precoce em até 30%. O estudo sugere que o número de mortes relacionadas ao sedentarismo é duas vezes maior do que o associado à obesidade.
EXERCÍCIOS PARA QUEM TEM POUCO TEMPO
Acompanhando a vida moderna repleta de ocupações e escassa de tempo, uma proposta para a realização de exercícios chamada HIIT (“High Intensity Interval Training”) – vem atraindo a atenção e ganhando popularidade. HIIT pode ser definido como exercícios de curta a moderada duração (de 10 segundos a 5 minutos) realizados em intensidades superiores ao limiar anaeróbico seguidos de pausas passivas ou ativas, ou seja, baseia-se na realização de exercícios com esforços repetidos na maior intensidade possível ou próxima àquela do VO2 máximo – indicador da saúde cardiovascular . Os treinos tradicionais são fundamentados em exercícios contínuos de intensidade moderada que proporcionam aumento da potência aeróbica. O HIIT, por associar estímulos anaeróbicos e aeróbicos, mostra-se mais e ciente na promoção do melhor controle metabólico que as atividades aeróbicas isoladas. Melhoras na sensibilidade insulínica estão relacionadas a exercícios de alta intensidade nos movimentos corporais e baixo volume de tempo de treinamento. A mobilização da gordura visceral abdominal está mais associada a exercícios de maior intensidade que induzem à secreção de hormônios queimadores de gorduras, como o hormônio do crescimento (GH), aumentam o gasto energético após o exercício e elevam a oxidação da gordura.
Descobriu-se, também, que o HIIT induz maior perda de gordura por vários mecanismos: aumento da oxidação de gordura durante e, principalmente, pós-exercício (estima-se que ocorra queima de cerca de 150 calorias extras nas 12 horas após o exercício, mesmo que em repouso), redução da sensação de fome, aumento da capacidade de oxidação de ácidos graxos livres no músculo esquelético, síntese de glicogênio, níveis elevados de GH, e melhora na sensibilidade insulínica.
Procure sempre um profissional de educação física atualizado pronto para lhe orientar e fazer tempo dos dias corridos serem mais produtivos. Não deixe a preguiça tomar conta de você, exercite-se, melhore sua qualidade de vida e de sua saúde.
Leonardo Azambuja é médico especialista em cirurgia geral, nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável