Vanessa Bortolozo (Foto: Divulgação)
As empresas não estão acompanhando a transformação da sociedade que está atingindo patamares que vão além das necessidades básicas fisiológicas e de segurança.
Visto que as empresas continuam apresentando como diferenciais benefícios tradicionais, como alimentação saudável, transporte, cesta básica, plano de saúde, ginástica laboral, estrutura de trabalho ergonômico, salário justo, estabilidade no emprego, previdência privada e seguro de vida.
Com as novas gerações representando mais de 58% da população economicamente ativa e somado ao sistema de renda básica, as pessoas buscam em seus trabalhos elementos que vão além da questão econômica de trocar seu tempo por dinheiro.
Não que isso não seja importante, mas é fundamental que o ambiente de trabalho esteja estruturado para atender suas necessidades sociais, de autoestima e de autorrealização. Para que isso seja possível, a liderança consciente tem um papel fundamental na estruturação e no atendimento dessas necessidades.
Liderança Consciente
A liderança consciente, para atender essas dimensões, precisa estar mais integrada e próxima das pessoas que lidera e não vivendo uma constante terceirização para que a área de Recursos Humanos resolva.
A liderança tem que ter um papel de coadjuvante, na orientação e apoio ao que as pessoas buscam dentro e fora das empresas. Para isso, a escuta ativa, comunicação assertiva, inteligência emocional, autoconhecimento, empatia, compaixão, resignação, protagonismo e antifrágil, por exemplo, são fundamentais nesta evolução como líder e na sua capacidade de lidar com essas novas necessidades.
Novas necessidades
As pessoas buscam na empresa ambientes que fomentem no aspecto da necessidade social pequenas celebrações, eventos, vivências e atividades em grupo em espaços que viabilizem e facilitem as trocas e compartilhamento, de todas as dificuldades, tanto internas das pessoas quanto externas que envolvem diretamente ou indiretamente a empresa.
Para as pessoas que buscam a autoestima, a busca por reconhecimento, elogios de forma constante e também premiações, que permeiem o imediato, curto, médio e longo prazo são fundamentais.
Programas que precisam ser inseridos
As lideranças precisam entender que o engajamento e o vínculo das pessoas não acontecem com a empresa, produto, processo, marca ou serviço, mas sim com as pessoas.
Por isso, a liderança precisa atuar ativamente com a intenção genuína pelas pessoas da sua equipe. Querendo que elas sejam pessoas melhores e profissionais que possam alçar voos cada vez maiores. Porque não existe nada mais gratificante para um líder do que ver alguém que chega a sua área perdido sem saber como agir e sair alguém maduro, convicto do que quer, entregando resultados significativos.
Desta maneira, é fundamental que líderes atuem em uma relação mais próxima com as pessoas da sua equipe, de forma coletiva, mas principalmente individual, com diálogos constantes, utilizando ferramentas como:
Escuta ativa: conversas que tenham interesse genuíno, amparo, empatia e apoio das pessoas que procuram a liderança.
Feedback: validação de que o caminho está certo ou orientação para propor correções de rota quando as pessoas estão desviando do caminho proposto.
Reconhecimento: momentos extremamente importantes que demonstrem para a pessoa que recebe e para o restante da equipe o que a empresa espera deles e, principalmente, que o esforço é observado e valorizado.
Feedforward: com planos de desenvolvimento individual e personalizado, serve como elemento de suporte ao desenvolvimento das pessoas na identificação das lacunas e alinhamento das entregas ou caminho a ser seguido.
Vivências pessoais: momento de conhecer quem são as pessoas com quem trabalhamos, o que fortalece as redes de segurança psicológica.