Vanessa Bortolozo (Foto: Divulgação)
A ansiedade não é algo necessariamente ruim. Contudo, ela passa a ser preocupante quando impede a pessoa de realizar atividades básicas do seu cotidiano imobilizando-a, a ponto de prejudicar a sua funcionalidade. É claro que isto vai prejudicar o seu desempenho profissional.
Veja este exemplo: Você está em um dia cansativo no trabalho, com bastante demanda, e começa a suar frio assim que a liderança da sua equipe lhe pede uma demanda com urgência. Logo vêm à sua mente pensamentos catastróficos de que você não conseguirá entregar o trabalho no prazo estipulado e com isto provocará o atraso do trabalho de toda a equipe.
Este é um exemplo clássico de como a ansiedade pode se manifestar no ambiente de trabalho. Ela pode ser definida como uma reação do organismo a situações que provocam a sensação de perigo ou temor, tais como entregar um trabalho, realizar um exame médico ou uma avaliação, entre outros exemplos.
Ansiedade no trabalho
Uma pesquisa mostra os impactos provocados pela ansiedade no mundo do trabalho: 79% dos entrevistados disseram ter sofrido ansiedade no trabalho nos últimos 12 meses e 22% disseram senti-la com bastante frequência.
A ansiedade é uma das principais razões que levam as pessoas a pedir demissão de um trabalho. O levantamento aponta que 45% dos entrevistados já consideraram deixar um emprego por causa da ansiedade que ele proporciona e 53% têm colegas que desistiram do trabalho por esta razão.
Causas
É preciso reconhecer o que causa ansiedade em determinado ambiente e então, criar estratégias para lidar com ela, evitando assim, que seja gerado um ambiente de trabalho estressante, exaustivo e conflituoso.
Como todo problema de saúde mental, a ansiedade excessiva costuma ter mais de uma causa. O excesso de tarefas, os prazos reduzidos para executá-las. e a falta de reconhecimento pelas lideranças, estão entre os fatores mais comuns que provocam ansiedade.
A carga horária intensa, que se estende para além do que é definido no contrato de trabalho, gera sensações de medo, angústia e estresse, e podem ser frutos diretos de uma má organização do escopo de trabalho e definição ineficiente de quem é responsável por cada tarefa.
Outro fator relevante é a falta de uma comunicação assertiva e empática entre os diferentes setores da organização, ou ainda, a existência de metas muito altas a serem alcançadas – o que é ainda mais comum em empresas de segmentos altamente competitivos, como o bancário, o financeiro e o tecnológico.
O que fazer?
Existem inúmeras estratégias para lidar com a ansiedade no ambiente de trabalho. Uma delas é uma melhor organização e a hierarquização de prioridades: definindo quais tarefas são urgentes, importantes ou necessárias?
As empresas também precisam ter uma postura ativa e desenvolver campanhas de conscientização sobre a ansiedade, através de palestras, cursos e workshops. Se a sua companhia ainda não faz isso, sugerir às lideranças que o façam, este é um primeiro passo importante.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada US$ 1 investido em ações de promoção de saúde e bem-estar mental no ambiente de trabalho, a empresa ganha US$ 4 com o aumento da produtividade. Isto ilustra como cuidar da saúde mental é fundamental para manter um bom desempenho no trabalho.
Em um mundo cada vez mais digitalizado, é cada vez mais comum receber mensagens do pessoal do trabalho com dúvidas e até demandas no celular pessoal fora do horário do expediente. É fundamental à equipe estabelecer os horários em que essas mensagens podem ser enviadas, para que a vida pessoal de cada integrante também seja respeitada.