Secretária fala sobre situação dos moradores de rua e pede colaboração da população para que não dê esmola
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
O jornal A Cidade entrevistou ontem à tarde a secretária de Assistência Social, Marli Beneduzzi Pignatari. Na pauta, o caso dos moradores de rua, que têm causado transtornos para a população de Votuporanga. Depois de matéria do A Cidade no domingo, Marli foi alvo de críticas e rebateu: “em nenhum momento, houve falta de vontade em resolver a situação”. Ela estava acompanhada da coordenadora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), Iara Rufato.
O motivo de tanto descontentamento dos vereadores é a declaração da secretária de que o problema não teria solução. Para a titular da pasta, o Poder Público sempre trabalhou e atuou com estas pessoas em condição de vulnerabilidade social. “Já fizemos várias reuniões, inclusive com os vereadores. Participaram representantes das Secretarias da Saúde, de Direitos Humanos, de Finanças, o gabinete, o capitão da PM, Edson Fávero e o padre Gilmar Margotto (da Paróquia Nossa Senhora Aparecida). Eu acho que nunca houve falta de vontade de atuar em prol dos moradores de rua”, destacou.
A secretária esclareceu algumas medidas que estão sendo tomadas para solucionar o problema. “É um trabalho de vários anos. No momento, estamos cadastrando todos os moradores de rua. Queremos saber como estão, quem tem condições de ser mandado para mercado de trabalho. Também encaminhados para o programa de auxílio-desemprego “Votuporanga em Ação”. Três deles conseguiram vagas hoje (ontem)”, explicou Marli.
Ela disse ainda que alguns precisam de internação. “Mandamos para clínicas onde temos convênio. Alguns vemos que são de fora e direcionados para a cidade de origem”, contou. Segundo levantamento, são 36 moradores de rua que estão em Votuporanga, sendo que 20 têm residência no município. A secretária esclareceu também que este número nunca foi ultrapassado.
Convívio familiar
Marli e Iara explicaram que o trabalho da Secretaria é para que o morador de rua volte a conviver com sua família. “É muito difícil conseguir essa inserção. Também temos contado com apoio do Cras (Centro de Referência de Assistência Social), o Creas. A maioria dos moradores é dependente de álcool, então o melhor caminho é o Creas”, disseram.
Apelo
A secretária de Assistência Social fez um apelo para a população. “Pedimos para que não dê esmola. Se quiser ajudar, contribue com alimento. Mas o aconselhável é, em caso de solidariedade, encaminhar as doações para a Casa Abrigo, que é a entidade que cuida deste público. Se eles não tiverem esmola, vai deixar de comprar bebida alcoólica”, frisou.
Marli contou que alguns destes moradores possuem o benéfico de prestação continuada, do governo federal, outros são aposentados.
Ameaça
Ela ressaltou que se a população for alvo de ameaças ou de agressões que façam um boletim de ocorrência.