No “Muro da vergonha” serão colocados os nomes dos deputados que votarem contra a queda da presidente Dilma Rousseff
Daniel Castro
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A votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, na Câmara Federal, no domingo (18), promete ser quente não somente em Brasília-DF. Em diversas cidades haverá manifestação pró e contra o ato. Em Votuporanga um grupo está se movimentando para assistir à votação em um telão instalado da Concha Acústica, local que contará ainda com o “Muro da vergonha”, em que serão colocados os nomes dos deputados que votarem contra.
Para Renato Gaspar Martins, diretor da rede de supermercados Santa Cruz, “do jeito que está não dá mais”, por isso a população precisa se mobilizar e estar atenta com o momento importantíssimo que o Brasil passa. Com a intenção de alertar sobre a questão, um grupo de votuporanguenses se mobilizou para assistir à votação juntos, em um telão. “O Brasil está parado, desemprego em altíssimo, recessão, então temos que nos mexer”, falou. A intenção é exibir no telão a imagem de um canal onde seja possível assistir toda votação na íntegra e sem intervalos.
Sobre o “Muro da vergonha”, ele explicou que a inciativa será relevante para destacar os que votarão contra o impeachment, parlamentares estes que, na opinião dele, devem ser limados da política. Renato está confiante que o processo de impeachment será aprovado na Câmara Federal e posteriormente no Senado. “Tem que passar, porque é impossível o país ficar como está”, destacou.
O diretor frisou ainda que já enfrentou outras crises, porém em todas ele conseguia ver a luz no fim do túnel, algo que hoje ele não enxerga. “Só vemos placas de aluga-se, de vende-se, de estabelecimento fechando. Está muito difícil”, comentou.
Outro que está no movimento é o juiz aposentado Antônio Carlos Francisco, que também está muito descontente com o atual governo. Ele confia que o impeachment passe pela Câmara e Senado desde que a população mostre que está atenta com os políticos. “Se não mostramos que estamos atentos, fica difícil, por isso temos que fazer a nossa parte”, disse.
O ex-juiz esclareceu ainda que os deputados federais receberão e-mails de alerta sobre a votação. “Vamos comunicá-los sobre o muro da vergonha e alertá-los antecipadamente que, se votarem contra, estarão em evidência, mas de forma negativa”, contou. O muro, continuou, é uma forma de pressionar os parlamentares para que votem a favor.
Em relação ao governo Dilma, o juiz aposentado disse que é um desastre, e que deve acabar o quanto antes. “Não tem mais condições”. Antônio Carlos destacou ainda que o próximo presidente, seja quem for, terá que recolocar o país nos trilhos. “Caso contrário, nós vamos sair para as ruas novamente”, garantiu.