Luiz Fernando Góes Liévana diz que ajuda veio em boa hora, porém os desafios para manter o hospital vão continuar
Aline Ruiz
aline@acidadevotuporanga.com.br
Conta estourada. Esse é o desabafo do provedor da Santa Casa de Votuporanga, Luiz Fernando Góes Liévana, o Torrinha, que afirmou em entrevista para a Rádio Cidade que o hospital está devendo mais de R$ 7 milhões para o banco. De acordo com ele, o convênio com a Unifev, assinado na última quinta-feira, vai ajudar a minimizar a dívida garantida, mas não vai conseguir salvar o hospital.
Luiz Fernando explicou que no total será repassado para o hospital R$ 12.942.000,00. “Já recebemos uma quantia de R$ 4 milhões na última quinta-feira, valor que vamos cumprir com as nossas obrigações, mas não vai salvar o hospital. O restante será repassado em 41 vezes, a partir de agosto; o dinheiro será usado para pagar os preceptores, que são os professores que vão auxiliar os alunos no internato”, contou.
O provedor revelou que a Santa Casa gasta por mês cerca de R$ 2,5 milhões com os médicos contratados. “Nós sempre estamos com os salários dos médicos um mês atrasados, não conseguimos pagar tudo; hoje a Santa Casa está com a conta totalmente estourada por causa disso, são mais de R$ 7 milhões que estamos devendo para o banco”, afirmou.
Ajuda da população
O provedor também comentou sobre a ajuda constante que recebe, não apenas dos moradores de Votuporanga, como também de municípios vizinhos. “Para se ter uma ideia, hoje a cirurgia que a gente mais realiza no hospital é a cirurgia cardíaca, realizamos um procedimento por dia, que tem um valor total de R$ 20 mil; o SUS paga apenas R$ 6 mil, o resto a Santa Casa tem que bancar, então são mais R$ 12 mil que gastamos diariamente, e quem ajuda bancar essa conta? Graças a Deus a população”, disse.
Torrinha afirmou que só no ano passado a Santa Casa recebeu da população R$ 1,5 milhão. “E esse dinheiro vem como? Por meio da Campanha Saúde Que Dá Prêmio, onde é paga uma taxa na conta de água, Nota Fiscal Paulista, leilões, palestras e doações; e temos que continuar com essa ajuda e com essa parceria, porque bancar um hospital não é fácil”, falou.
São com essas ajudas, afirmou Torrinha, que a Santa Casa consegue manter o sucesso e a qualidade dos atendimentos. “A Santa Casa de Votuporanga é considerada a melhor do Estado de São Paulo, além disso, ela atende mais 53 municípios vizinhos e é considerada também uma referência; isso é muito gratificante para nós, porque, como eu já tinha dito, bancar uma Santa Casa é muito difícil, mas são por resultados assim que conseguimos seguir em frente”, concluiu.