A Prefeitura de Votuporanga propôs sobrados, porém a maioria dos moradores do bairro quer casas individuais
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Mais um capítulo sobre o desfavelamento do Matarazzo aconteceu ontem, e parece que a novela está longe de terminar com um final feliz para todos. Às 9h, foi realizada uma reunião entre Prefeitura de Votuporanga e moradores da favela Matarazzo. O encontro ocorreu no Centro de Educação Municipal "Professora Neyde Tonanni Marão". Na oportunidade, o Poder Executivo mostrou aos moradores uma proposta inicial para o desfavelamento do local, porém a maioria não concordou.
No encontro, o prefeito Junior Marão e o secretário de Desenvolvimento Urbano, Jorge Seba, apresentaram aos moradores uma ideia inicial que é a construção de sobrados, uma vez que área destinada ao desfavelamento, o antigo IBC (Instituto Brasileiro de Café), não consegue abrigar 120 casas. Por sua vez, os moradores querem casas individuais, então a discussão começou e seguiu até o fim da reunião.
Marão deixou claro que tem a maior boa vontade para resolver a questão e que esta é uma proposta inicial. Agora, será realizado um cadastramento de todos os moradores para saber quem aceita ou não a proposta. Com os dados em mãos, o município informará o seu posicionamento. “Será uma decisão individual. As famílias podem escolher ou não o sobrado, e analisaremos outra solução para as que não quiserem. O que nós precisamos é encontrar uma solução”, destacou.
O chefe do Executivo, no entanto, explicou que o município não pode perder a construção das 120 moradias, mesmo que em forma de sobrado, já que muitas pessoas na cidade precisam de casa própria.
De acordo com Jorge Seba, a proposta é a construção de sobrados com dois quartos, sala, cozinha e banheiro, em uma área de 53m². Assim como o prefeito, o secretário lembrou que essa é uma ideia inicial. “A área do antigo IBC não consegue abrigar 120 casas, então estudamos essa maneira de levar todos os moradores para lá. Se não for assim, veremos outra solução”, comentou.
Exaltada, uma dona de casa pediu que todos os moradores não aceitam a proposta da Prefeitura, já que, segundo ela, “as pessoas querem e precisam de casas individuais”. “Eles estão pressionando a gente para aceitarmos isso. Nós não temos que aceitar. Queremos casas dignas”, falou.
Moradores destacaram ainda que no desfavelamento de outros locais as pessoas foram destinadas para casas individuais, e não para sobrados. “Queremos o desfavelamento igual o deles”, disse um homem.
A população do local promete pressionar cada vez mais a Prefeitura para resolver a questão. “Se for o caso, vamos para rua, vamos bater panela”, falou uma mulher.
O jornal A Cidade questionou os representantes de 12 famílias e todos são contra a posposta da Prefeitura.
Os vereadores Osvaldo Carvalho, Jurandir Benedito da Silva, o Jura, Walter José dos Santos e Gilmar Aurélio, o Gaspar, participaram da reunião. Outro encontro deve ocorrer em aproximadamente 30 dias.