Segundo o presidente da Associação Comercial de Votuporanga, o setor sofre os reflexos da recessão econômica
Daniel Castro
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A crise, que em 2016 parece estar no auge, bateu forte na porta do comércio votuporanguense. Segundo a Associação Comercial de Votuporanga (ACV), as vendas caíram em relação ao mesmo período do ano passado e as demissões aumentaram.
De acordo com Márcio Henrique Ramalho Matta, presidente da ACV, as vendas do comércio varejista em Votuporanga estão em baixa em 2016 e registraram queda em relação ao mesmo período do ano passado. O mês de janeiro, explicou, tradicionalmente não é forte nas vendas, porque é o mês das férias e concentra o pagamento de tributos do ano. De modo geral, o início do ano foi ainda mais negativo, já que os fatores que incidem sobre o poder de consumo vêm enfraquecendo e não mudaram do ano de 2015 para 2016. “A pressão inflacionária sobre esse segmento faz com que os consumidores se ajustem às marcas mais baratas, e faz com que o volume de receitas caia. Há ainda uma restrição do crédito que faz ser um forte fator de inibição ao consumo”, disse.
Sobre como a crise tem afetado o comércio, o presidente observou que os noticiários têm mostrado diariamente as fragilidades da economia brasileira, diminuição da demanda de mão de obra, aumento da inflação e diminuição do poder de compra dos consumidores. Em Votuporanga, esclareceu, alguns setores já sofrem os reflexos da recessão econômica, e as demissões já começaram a acontecer no comércio da cidade. Nos últimos cinco meses, em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda significativa nas contratações temporárias e no número de trabalhadores efetivados no setor. “Esperamos que o comércio possa reagir e voltar a gerar os postos de empregos esperados”.
Márcio destacou que é muito triste ver postos de trabalhos serem fechados. “Estamos negativos este ano. O Brasil de modo geral precisa mais do que nunca fazer uma política fiscal para tirar a economia da recessão, usar melhor seus investimentos públicos para o desenvolvimento empresarial, só assim iremos recuperar o protagonismo que tivemos nos anos passados”, falou.
Em relação às perspectivas para o futuro, o presidente lembrou que em 2014 elas não foram muito boas, em 2015 o Brasil parou, e em 2016 “iniciamos negativos, mas as perspectivas econômicas são para uma ligeira melhora”. Conforme ele, tudo vai depender dos resultados positivos dos ajustes fiscais e econômicos realizados ainda este ano – parte já está em andamento.
Márcio ouviu alguns comerciantes votuporanguenses, de diferentes seguimentos, para saber como eles estão lidando com esta fase, que em 2016 tem a sua maior crise econômica dos últimos anos. A maioria absoluta disse que as vendas estão menores em relação aos anos anteriores. Ele contou que todos estão atentos em relação a crise, que não pode ser ignorada, e são necessários ajustes e adequações para a atual realidade. Muitos empresários têm feito promoções e oferecido descontos e condições de parcelamento aos clientes para facilitar as compras, porque esta é a melhor forma de atrair clientes.
Por fim, o presidente da ACV de um conselho aos comerciantes locais. “Mantenha-se sempre próximo à base – para mim, um empreendedor não pode distanciar-se do balcão. Embora considere o planejamento essencial para o sucesso, ponderamos que nem sempre é possível prever tudo o que acontecerá. Nesse caso, então, é necessário estar preparado para lidar com o inesperado”, concluiu.