Uma reunião amanhã pela manhã na Concha Acústica pode determinar a adesão maior à paralisação
Jociano Garofolo
Bancários da agência da Caixa Econômica Federal da avenida Emílio Arroyo Hernandes, no bairro Pozzobon, em Votuporanga, e do posto de serviço do mesmo banco instalado no interior da Prefeitura Municipal, entraram em greve na manhã de ontem. Uma reunião amanhã pela manhã na Concha Acústica, entre os funcionários e lideranças do Sindicato dos Bancários, pode determinar a adesão maior à paralisação.
Segundo o presidente do sindicato de Votuporanga, Harley Vizoná, a expectativa é de que 10 agências do Banco do Brasil e da Caixa também entrem em greve. Além da Caixa de Votuporanga, a unidade do BB de Indiaporã também paralisou o atendimento ontem. Apenas as transações em caixas eletrônicos estão sendo realizadas nesses locais.
Reivindicações
De acordo com o presidente do Sindicato, Harley Aparecido Vizoná, os trabalhadores não aceitaram a oferta da Federação dos Bancos, que apresentou ao Comando Nacional dos Bancários índice de reajuste salarial de 6,5% que representa perda real de 2,8% (de acordo com a inflação de 9,57%). “Além dos salários, esse reajuste rebaixado significaria, em um ano, uma perda de R$ 436,39 nos vales-alimentação e refeição, se levada em conta essa inflação projetada”, explica o Sindicato.
Os sindicalistas ainda tinham esperança de que uma nova proposta fosse feita, algo que não aconteceu. A decisão ocorreu na assembléia que reuniu cerca de 1,5 mil funcionários de bancos públicos e privados.
Para o Sindicato, os bancos “tentaram confundir os trabalhadores com mensagens nas suas intranets, somando o abono de R$ 3 mil proposto, ao índice de 6,5%, como se isso significasse aumento real para os salários”. Os sindicalistas explicam que os trabalhadores não são bobos e querem reajuste digno para os salários, proteção aos empregos, acabar com o assédio moral, as metas abusivas, a sobrecarga de trabalho. “Os bancos não apresentaram nada, e recusaram pontos importantes para a categoria como a renovação do vale-cultura, o fim da desigualdade salarial entre homens e mulheres, o vale-refeição na licença-maternidade”, ressalta o Sindicato.