Vereadores entendem que a diminuição dos votos é por causa da alta abstenção; apenas dois tiveram mais votos do que em 2012
Daniel Castro
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Ao analisar pela votação de cada vereador que tentou se reeleger, parece que a população de Votuporanga não está muito satisfeita com seus representantes na Câmara Municipal. A maioria dos parlamentares obteve votação inferior à última eleição, em 2012, e quatro que tentaram a reeleição foram excluídos da Casa de Leis. Na opinião dos legisladores, a abstenção fez a votação cair.
Apenas dois vereadores tiveram mais votos nesta eleição do que na passada. Gilmar Aurélio, o Gaspar (SD), conseguiu sete votos a mais este ano: 788 contra 781. Já Edílson do Santa Cruz (PTB) obteve 108 a mais: 765 contra 657. Em conversa com A Cidade, Edílson disse que sua votação é fruto do seu trabalho na Câmara, ações que foram reconhecidas pela população. “Tive uma votação maior que na eleição passada, porque as pessoas viram o meu trabalho. Aproveito para agradecer todos que acreditaram em mim”, contou. O vereador afirmou que seguirá na política, independentemente de estar ou não na Câmara.
Vereador mais votado nas duas últimas eleições, Emerson Pereira (SD) também perdeu votos: 2.572 em 2012 e 2.402 agora, uma queda de 170 votos. A diminuição, na opinião de Emerson, se deve à dois fatores: o grande número de candidatos na sua região e a “farra na campanha”. “Muitos candidatos gastaram bastante para, no final, conseguir poucos votos. Eu fiz uma campanha limpa, enquanto existia por aí a farra dos espetos e dos churrascos. Estou satisfeito com a minha votação”, falou.
Serginho da Farmácia (SD) teve uma queda ainda maior: 2.460 contra 1.593. São menos 867 votos. Para o vereador, não houve reprovação da população em relação ao trabalho dos vereadores, mas o que influenciou foi a alta abstenção. Ele observou que somente na Zona Norte cerca de 9 mil eleitores não votaram. “Acredito que o momento político nacional fez a abstenção crescer bastante, e o resultado foi a diminuição dos votos”, contou.
MehdeMeidão (PSD) obteve 1.954 votos em 2012 contra 1.180 agora (-774). Na opinião de Meidão, a eleição desse ano foi fria, já que o atual momento político do Brasil é conturbado. Ele também não acredita em reprovação. “Mais de 9 mil pessoas deixaram de votar só na região do bairro Pozzobon, o que prejudicou bastante”, comentou.
Osmair Ferrari (PP) somou 1.350 em 2012 e 1.073 em 2016 (-277).
Outro que perdeu votos em relação à 2012 foi Douglas Lisboa (PSDB): 962 contra 912 (-50). Sílvio Carvalho, o Silvão (PSDB) conquistou 844 votos agora e 962 em 2012. São menos 118 votos. Em 2016, Vilmar da Farmácia (PV) obteve 800 votos e em 2012, 1.186. O vereador perdeu 386 votos.
Dos que não foram reeleitos, Jurandir Benedito da Silva, o Jura (PT), foi o que mais perdeu votos: 1.710 contra 836. São menos 874 votos. Em 2012, 721 eleitores votaram em Pedro Beneduzzi (PV); em 2012, apenas 554, resultando em uma perda de 167 votos. Por fim, Walter José dos Santos, o Wartão (PSB), obteve 808 votos agora e 883 em 2012. São menos 75 votos.
Jura entende que a sua queda na votação aconteceu por vários motivos, entre eles, talvez o principal, os problemas que ocorrem nacionalmente com o seu partido, o PT. Ele revelou que chegou até a ser rejeitado pelas duas maiores chapas que concorriam ao Executivo, justamente por conta da sua sigla partidária. Com uma coligação pequena, a dificuldade de ser eleito foi ainda maior.
Neste ano, 16.197 eleitores não compareceram nas urnas, o que representa 23,48% de abstenção do eleitorado. Em 2012, a abstenção foi de 11,54% (12.535 eleitores).