Advogados de casal que teria sido mandante e participado do crime recorreram da indicação para que respondam em júri popular
Dos quatro réus, apenas Julio Cezar Monteiro e Alessandro Pires Mateus não recorreram (A Cidade/Jociano Garofolo)
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
O processo que julga o caso de homicídio do médico oftalmologista votuporanguense Hedilon Basílio Silveira Júnior, assassinado em um sítio arrendado por ele em General Salgado, e da tentativa de homicídio de outras três pessoas, teve um novo desdobramento na Justiça na última semana. Dos quatro réus, dois recorreram da decisão da juíza Melissa Bethel Molina de Lima, de que respondam pelos crimes em júri popular.
Segundo decisão da própria juíza, publicada na semana passada, dos quatro réus, Julio Cezar Queiroz Monteiro, Alessandro Pires Mateus, Aparecido Dias Barboza e Erika Patricia Cruz, apenas os dois primeiros se conformaram com a sentença de pronúncia, que após acolher a denúncia do Ministério Público, indicou que eles respondam por suas ações no tribunal, na presença de um conselho de sentença formado por sete jurados.
Já os defensores constituídos pelos réus Érika Patrícia Cruz e Aparecido Dias Barboza, recorreram. “Diante de tal situação, para os que recorreram da decisão de pronúncia, em princípio, impõe-se a formação de traslado. Isto é, autos apartados, a fim de que subam os recursos, sem prejuízo do andamento do processo principal, de modo que sejam encaminhados os que não recorram da decisão, Julio Cezar Queiroz Monteiro, Alessandro Pires Mateus, a julgamento perante o Tribunal Popular”, escreveu a juíza.
Entretanto, a magistrada entendeu que, ao menos por ora, não é o caso de formação dos autos apartados, já que, em sede de juízo de retratação ou sustentação, eventual decisão de retratação poder-se-á alcançar também aqueles que não recorreram.
Os recursos de Erika e Aparecido podem retardar a ida deles a júri popular, caso o recurso seja indeferido em instâncias superiores. Já o júri popular dos outros réus deve ser agendado em breve pela Justiça de General Galgado.
O crime
O crime aconteceu em 2013.Segundo informações na época, da Polícia Militar, o oftalmologista Hedilon Basílio Silveira Júnior, 50, de Votuporanga, foi atacado após chegar ao sítio por volta das 21h30, acompanhado de mais três pessoas, entre elas, o caseiro do sítio.
Ainda de acordo com a PM, a propriedade havia sido arrendada pelo médico. Os principais autores de comandar o crime são os donos da área, Érika e Aparecido. Hedilon teve a cabeça ferida com golpes de facão e foi atingido com um tiro no peito. Um dos suspeitos colocou o corpo dele na traseira de uma caminhonete e fez com que um dos acompanhantes dirigisse o automóvel. Durante uma parada na estrada, a vítima conseguiu fugir e acionou a polícia pelo número 190.
As outras pessoas que acompanhavam o médico foram levadas em um carro até uma ponte do rio Tietê, em Aracanguá, e foram arremessadas de uma altura de cerca de 15 metros. Elas conseguiram nadar até a margem do rio e foram socorridas. Julio Cezar Queiroz Monteiro e Alessandro Pires Mateus teriam sido contratados para matar o médico e são acusados de tentar matar as testemunhas.