O documento atesta que a criança, de 1 ano e 5 meses, morreu por conta de uma pneumonia; caso foi parar na Polícia
Heitor Castro Lopes morreu com somente 1 ano e 5 meses Foto: Arquivo Pessoal
Daniel Castro
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Após muito esperar, finalmente, depois de mais de quatro meses, a família do pequeno Heitor Castro Lopes recebeu o laudo da necrópsia do bebê. O documento atesta que a criança, de 1 ano e 5 meses, morreu por conta de uma pneumonia. Na ocasião da morte, no dia 12 de novembro de 2016, uma médica da Santa Casa de Misericórdia considerou o caso como suspeita de meningite.
Um lado do Instituto Adolfo Lutz, de São José do Rio Preto, já havia dado negativo para a doença, o que fez os pais da criança registrarem um boletim de ocorrência na Polícia Civil para saber a real causa da morte. Eles acreditam também que houve negligência no atendimento do filho.
O pai da criança, James Garcia Lopes, de 43, que já estava revoltado com a situação, ficou pior agora com o laudo atual da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Ele garantiu que vai até as últimas consequências para entender os motivos que levaram seu filho a morrer. “Eu não sei, mas deram medicamentos para meningite, sendo que ele tinha pneumonia; e se os remédios são fortes e terem dado alguma reação nele?” questionou.
O primeiro laudo, que deu negativo para meningite, só saiu no dia 10 de janeiro, então, com o resultado em mãos, os pais procuraram a polícia. Um inquérito instalado na Polícia Civil investiga o caso e a intenção da família é entrar com processo contra a médica. Agora, acrescentou o pai, com esse segundo resultado, profissionais da saúde do Mini hospital do Pozzobon e UPA também podem ser investigados.
James lembra ainda que o fato da suspeita de meningite fez com que o caixão com o corpo da criança chegasse de Rio Preto lacrado. Na época, uma menina de 4 anos, irmã de Heitor, precisou ficar sete dias internada em um quarto de isolamento para observação. “E se, por acaso, minha filha tivesse tido alguma reação ao medicamento? Poderia ter acontecido algo pior”, apontou.
Por fim, o pai garantiu que quer apenas justiça no caso “para que ela não faça com mais ninguém o que fez com nosso filho”. Os pais acreditam que a médica, além de dar a morte como suspeita de meningite, não atendeu o bebê da forma mais adequada.
Em nota enviada ao A Cidade assim que o primeiro laudo foi divulgado, a Santa Casa informou que “a criança deu entrada no hospital com suspeita de meningite em estado grave e recebeu toda assistência necessária. Entretanto, diante da gravidade do caso, veio a óbito. Seguindo os protocolos dos serviços de saúde e para esclarecer o ocorrido, a Santa Casa orientou a família a encaminhar o paciente para Serviço de Verificação de Óbito (SVO) em São José do Rio Preto, órgão responsável por apontar a causa da morte”.