Em determinado momento do discurso inflamado de Emerson, alguns manifestantes gritaram “bicha! Bicha! Bicha!”
Segundo a Polícia Militar, cerca de 400 pessoas participaram da sessão da Câmara Municipal (Foto: Daniel Castro/A Cidade)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Teve praticamente de tudo na última sessão da Câmara Municipal de Votuporanga, na noite de anteontem. A votação dos processos de cassação dos vereadores Hery Kattwinkel (PTC) e Dr. Ali (PV) atraiu um grande público. Manifestantes levaram faixas, apitos – tinha até um palhaço. Não faltou gritaria. Já o vereador Emerson Pereira (SD) foi alvo de homofobia.
De acordo com testemunhas, em determinado momento do discurso inflamado de Emerson, alguns manifestantes gritaram “Bicha! Bicha! Bicha!”. Por conta do som de apitos, dos muitos gritos com outros xingamentos, nem todos conseguiram ouvir, já que o barulho geral era bastante alto.
A reportagem do A Cidade conversou com o parlamentar sobre a questão. “Eu não duvido que tenham gritado esse tipo de ofensa, porque eram ofensas das mais variadas”, comentou.
O discurso de Emerson recebeu bastante protestos porque ele disse que, por questão de fidelidade partidária, votaria a favor do prosseguimento. No entanto, depois, no momento da votação, preferiu manter seu posicionamento pessoal e ficar ao lado de Hery.
O legislador disse que votou contra a decisão do partido porque que atualmente se sente excluído da sigla partidária.
Expulsar
O legislador aproveitou para falar sobre a sua situação no seu partido, o Solidariedade. Ele espera que a sigla partidária o expulse. “Eu já me sinto carta fora do baralho politicamente, então espero que eles me expulsem”, falou. Novamente Emerson reclamou que foi “expulso” da Secretaria Municipal de Direitos Humanos sem ser ouvido pelo prefeito João Dado. Ele também disse que já há algum tempo não é chamado para as reuniões do partido.
Sobre a questão da fidelidade partidária, o parlamentar contou que não tem receio de sofrer alguma sanção por ter votado diferente do Solidariedade. “O vereador é livre para votar”, acrescentou.