De acordo com o porta-voz do grupo, Edimilson Tito, até à noite todos os trabalhadores irão voltar para as suas casas
Na manhã desta quarta-feira (30), segundo os manifestantes que estavam no pátio do Parceirão, a Polícia Militar esteve no local (Foto: Gabriele Reginaldo/A Cidade)
Aline Ruiz
A greve dos caminhoneiros chega ao seu décimo dia nesta quarta-feira (30) com a retomada gradual do abastecimento e a redução dos pontos de bloqueio em todo o país. Em Votuporanga, dos 130 caminhões que estavam parados no pátio do Autoposto Parceirão, apenas 25 continuam pelo local. De acordo com o porta-voz do grupo, Edimilson Tito, até à noite todos os trabalhadores irão voltar para as duas casas.
A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) divulgou uma nota na tarde desta terça-feira (30) revelando que a greve dos caminhoneiros foi “extraordinária”, mas que o movimento começa a sofrer um desgaste desnecessário. O documento aponta que a pauta de reivindicações – entre os itens a redução do preço do diesel e uma nova política de preços para os fretes – foi plenamente atendida pelo governo.
Outro movimento que poderia complicar ainda mais a situação de abastecimento, a greve dos petroleiros, marcada para esta quarta-feira (31), foi declarada ilegal pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). O tribunal estipulou multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento.
Em conversa com o A Cidade, Edimilson Tito revelou que é uma pena a greve acabar desse jeito. “O governo fez uma articulação para que a greve acabasse hoje, porque amanhã, por ser feriado, ele sabia que a população ia se unir aos caminhoneiros. Apesar de ter sido encerrada, muitos trabalhadores continuam parados por todo o Brasil. Aqui em Votuporanga, infelizmente, vamos encerrar a paralisação na parte da noite”, comentou.
Na manhã desta quarta-feira (30), segundo os manifestantes que estavam no pátio do Parceirão, a Polícia Militar esteve no local informando que recebeu ordens para que os caminhoneiros não fossem impedidos de ir embora. Sendo assim, 70% dos trabalhadores que estavam pelo local voltaram para a estrada.
Segundo informações dos próprios manifestantes, ainda há protestos em pelo menos 18 estados e no Distrito Federal, mas os bloqueios à passagem de veículos de carga só ocorrem em 8 deles: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Pará e Paraná. No Sudeste, não há mais rodovias bloqueadas.
CombustíveisEm Votuporanga, aos poucos os postos de Votuporanga estão sendo normalizados. Na manhã desta quarta-feira (30), muitos caminhões com álcool e gasolina chegaram escoltados pela Polícia Militar, o que fez com que filas gigantes fossem formadas pelas ruas da cidade.
O gerente do Autoposto Parceirão, Givanildo Donizete da Silva, contou que aos poucos tudo voltará ao normal. “Não estamos trabalhando ainda porque estávamos apoiando os caminhoneiros, mas temos um caminhão em Rio Preto para carregar combustíveis, acredito que até à noite voltaremos a trabalhar normalmente”, afirmou.