Uma nota de esclarecimento foi publicada pela família na edição deste domingo (11) no jornal A Cidade
A decisão decretou que são inválidas as decições cautelares da Vara Criminal de Fernandópolis. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou na última quarta-feira (7) que são inválidas as decisões cautelares da 1ª vara Criminal da Comarca de Fernandópolis contra os empresários da família Scamatti, no caso que ficou conhecido como Operação Fratelli.
Segue abaixo, na íntegra, algumas palavras dos diretores das empresas do Grupo Scamatti, sobre a decisão do Ministro Celso de Mello do Supremo Tribunal Federal, que concedeu um "Habeas Corpus", na última quarta-feira, dia 07 de novembro, encerrando e arquivando o processo aos quais figuravam como réus, na chamada Operação Fratelli, que ocorreu em Abril de 2013.
"Acreditamos que a maioria de vocês, leitores, conhecem ou ouviram falar sobre os fatos ocorridos em Abril de 2013, 05 anos atrás, no qual nós todos, diretores e colaboradores das empresas do Grupo Scamatti, fomos surpreendidos e atemorizados por uma força tarefa da Policia Federal e Justiça Federal e Estadual, que culminou na denominada Operação Fratelli e pejorativamente apelidada pelo Ministério Público Estadual e Federal de Máfia do Asfalto.
Tivemos a nossa honra e imagem denegridas e praticamente fomos massacrados verbalmente pela sociedade e pelos veículos de comunicação. Muitos colaboradores diretos e indiretos, diretores e familiares sofreram as consequências brutais dessa injustiça, tanto moralmente quanto financeiramente e este abalo ecoa em nossas vidas e permanece em nossas memórias até os dias atuais, dos quais com certeza, jamais iremos esquecer.
Chegamos praticamente no fundo do poço, não tínhamos mais fôlego para continuar a trabalhar, bancos fecharam as portas e nos convidaram a retirar nossas contas pessoais e empresariais de seus cadastros, cortaram nossos créditos, fornecedores viraram as costas, "amigos", só permaneceram aqueles que realmente estavam do nosso lado, vários colaboradores perdidos e muitas famílias comprometidas. Porém, em meio a este caos que se instalou, decidimos não desistir e continuar lutando, todos juntos, todos os dias, contra as incertezas e a falta de confiança, tendo que nos sacrificar para manter as empresas de pé, vivas, continuando nosso trabalho e sobrevivendo no mercado.
Durante estes 05 anos, nenhuma prova concreta, ou condenações ocorreram de fato, apenas as consequências de todos esses anos foram sentidas e refletidas em nossas vidas e sociedade.
Contudo, na última quarta-feira, dia 07 de Novembro, depois de muito desgaste e tentativas de provar a verdade, fomos agraciados em primeiro lugar pela justiça de Deus e em segundo lugar pela Justiça dos Homens, na qual conseguimos uma vitória no julgamento do Supremo Tribunal Federal, que restabeleceu a verdade e a justiça, considerando nulas, todas as provas, escutas telefônica, buscas e apreensões e demais ocorrências derivadas da Operação, colocando novamente nossas vidas nos devidos lugares.
Tenham a certeza, que o caminho até aqui foi muito duro e hostil, muitas vezes desanimamos, mas nunca nos entregamos. Temos vários problemas para serem resolvidos, varias situações para serem sanadas, mas o marco inicial disso tudo, finalmente aconteceu. Essa vitória, além de elevar nossos ânimos e a nossa moral, vai nos impulsionar para seguirmos sempre em frente e no rumo certo.
Vamos novamente colocar nossas empresas no lugar e continuar progredindo para o crescimento mútuo e principalmente da nossa sociedade, como acontecia antes deste episódio. As empresas são nossos colaboradores , somos nós, vamos voltar a ter orgulho de falar onde trabalhamos, vamos ter orgulho do nosso trabalho.
Agradecemos a todos, que mesmo com o bombardeio de informações adversas, controversas e por inúmeras vezes repetidas , ficaram solidários, confiantes e nos deram forças para continuar, especialmente um agradecimento fraterno aos nossos colaboradores e seus familiares, que são os nossos maiores patrimônios, que confiaram e sofreram juntos conosco, colocando muitas vezes seus nomes e imagens em risco para continuarem do nosso lado e; lamentamos profundamente pelos mais de 1000 empregos ceifados contra a nossa vontade.
Para terminar gostaríamos de fazer uma crítica, um apelo, para que todos e em especial a sociedade constituída, as organizações e os conselhos de classe, façam uma reflexão e não se deixem acomodar, pois, situações como a que passamos, estão acontecendo o tempo todo e não devemos nos abster às notícias que são divulgadas e não são provadas, acreditando no que é dito e propagado.
Gostaríamos de esclarecer, que somos totalmente favoráveis ás ações dos Ministérios Públicos Estaduais e Federal, que são instituições sérias e que preservam o patrimônio público, mas o que somos totalmente contrários e fica aqui o nosso protesto é sobre a forma com que alguns membros se portaram durante a Operação. Estarrecidos por suas aparências e promoções pessoais, concederam inúmeras entrevistas, utilizando informações genéricas que geraram nosso julgamento e condenação antecipada, principalmente por parte da sociedade. Fomos presos, réus primários, com residências fixas a vários anos, empregadores de mais de dois mil pais de famílias, geradores de riquezas e impostos para a Região, mas tratados como bandidos e marginais.
Ontem fomos nós, amanhã podem ser qualquer um de vocês, vivendo a nossa situação e parecendo como se tudo fosse a mais absoluta verdade, sem terem chances de provar o contrário antes de serem julgados como criminosos e ladrões.
Enfim, somos gratos por tudo e pelo apoio de todos, especialmente a Deus pela experiência e crescimento de ter nos mantido vivos e unidos."
Atenciosamente,
Grupo Scamatti