Daniel Marques
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O bom momento do tênis brasileiro e o crescimento da modalidade em nível mundial têm refletido também em Votuporanga, onde a procura por aulas do esporte registra aumento nos últimos meses. A tendência é percebida por profissionais da área, entre eles o professor José Eduardo Néspoli, o popular Dudu Tênis, que conversou com a reportagem do jornal A Cidade.

Formado em Educação Física pela Unifev em 2008, com especializações pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e pelo Instituto Franco Brasileiro de Tênis (IFBT), o profissional atua como professor há sete anos. Atualmente é responsável pelas aulas no Assary Clube de Campo e, às segundas-feiras, quando os clubes estão fechados, ministra treinamentos em condomínios da cidade.

Segundo ele, a procura pela modalidade tem crescido em razão de fatores como o surgimento de jovens talentos brasileiros com resultados expressivos, a ampla cobertura da mídia televisiva e digital, além da facilidade de acesso a vídeos, tutoriais e perfis de jogadores que servem de inspiração. “Mesmo com bons jogadores entre os 100 do mundo (Thomáz Belluci, Rogério Dutra, Teliana Pereira, entre outros), o brasileiro achava que não era o suficiente e a cobertura não era tanta. A partir de 2023/2024, quando Bia Haddad ocupa a décima posição no ranking mundial, e o ainda garoto João Fonseca assume o 1º lugar no ranking mundial juvenil, houve sim um aumento significativo em relação a visibilidade do tênis no âmbito mundial e nacional”, comentou.

O professor destacou ainda que hoje as pessoas estão mais conectadas às redes sociais e que a continuidade de resultados expressivos de jogadores consagrados, somada à revelação de novos talentos brasileiros como Guto Miguel (16 anos), Vitória Barros (15 anos) e Nauhany Vitória, a Naná (15 anos), despertam o interesse de quem nunca praticou e também daqueles que já tiveram contato com o tênis no passado e desejam retomar a prática.

Atualmente, Votuporanga conta com três professores de tênis. De acordo com Dudu, a modalidade tem se tornado mais acessível também para crianças pequenas. A partir de 2007, a Federação Internacional de Tênis implantou o programa Play and Stay, que facilita o aprendizado com o uso de bolas despressurizadas, quadras reduzidas e redes mais baixas, permitindo que o início na prática seja possível já a partir dos três anos de idade, com o chamado “Baby Tennis”.

Questionado sobre a percepção de que o tênis ainda é um esporte de elite, o professor afirmou que há avanços no sentido da popularização, impulsionados por programas sociais, leis de incentivo e materiais com preços mais acessíveis. “Mas ainda assim o maior dificultador da propagação da modalidade é por se tratar de um esporte restrito a clubes associativos e por existirem poucas quadras públicas no país. O inverso do que acontece em grandes centros como Estados Unidos e Europa”, finalizou.