Em entrevista, o coordenador de urgência e emergência do município afirmou que a retomada pode acontecer de forma segura
Médico responsável pelo setor de urgência e emergia disse que a cidade já pode retomar atividades, porém de forma responsável (Santa Casa)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Em entrevista exclusiva ao jornal
A Cidade o médico coordenador da rede de urgência e emergência do município e um dos responsáveis pelo Plano de Contingência do coronavírus de Votuporanga, Chaudes Ferreira Junior, disse que a flexibilização do isolamento social já pode ser realizada na cidade, desde que ela seja conduzida de forma responsável e consciente.
Para o profissional, que atua na linha de frente do atendimento aos pacientes com o novo vírus na Santa Casa de Votuporanga, a cidade está numa situação confortável em relação à doença graças à conscientização da população quanto ao isolamento social.
“No momento estamos numa situação que ainda preocupa no país, mas se formos avaliar diretamente o nosso município, podemos dizer que estamos numa situação até confortável, principalmente porque ainda não tivemos óbitos e nem teremos, se Deus quiser. Nós estamos conseguindo manter, creio que por conta do isolamento social, a curva achatada aqui em Votuporanga, mantendo um fluxo adequado de hospitalização, o que nos permite o foco adequado em cada paciente”, explicou o profissional.
No momento, segundo o médico, há dois pacientes positivos e dois suspeitos internados. Os casos confirmados, disse Chaudes, são graves e inspiram mais cuidados, já os dois suspeitos são considerados moderados e leves. Todos, porém, têm apresentado boas evoluções clínicas.
Ainda de acordo com o coordenador da rede de urgência e emergência, o município está com uma estrutura muito bem montada, tanto a nível hospitalar, quanto por toda rede municipal, contudo ainda é preciso cautela para evitar o colapso do sistema.
“O papel de casa foi muito bem feito, o que ajudou o município e a Santa Casa a não chegar numa situação mais extrema. A população ajudou bastante. Porém, a tendência é aumentar os casos na nossa região. Por enquanto não estamos enxergando isso diretamente em números, mas pode ser que sejamos surpreendidos na próxima semana”, completou.
Flexibilização
Para Chaudes, se a flexibilização do isolamento social for implementada de forma responsável e a população entender seu papel nessa retomada, as atividades econômicas aos poucos poderão voltar ao normal sem que haja tanto impacto no setor de saúde.
“Se seguir dessa forma, aos poucos e com regras, acredito que não sentiremos tanto o impacto. O que não pode é o pessoal achar que o interior não vai ter pico e pensar em voltar para a vida normal. Nós que somos técnicos, temos essa preocupação, pois montamos uma estrutura adequada para a cidade, mas se tiver um pico muito grande, também essa estrutura pode ser estrangulada e chegarmos ao colapso”, concluiu.
A forma responsável a qual o profissional da saúde se refere é com o uso de máscaras, higienização das mãos, distanciamento mínimo de um metro meio e a manutenção do isolamento social para pessoas do grupo de risco.