Para visualizar a notícia, habilite o JavaScript na página!
Impressão bloqueada!
Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize o link http://www.acidadevotuporanga.com.br/cidade/2020/05/tiraram-a-gente-do-mercadao-para-deixar-abandonado-diz-um-dos-primeiros-comerciantes-n61307 ou as ferramentas oferecidas na página. Se precisar copiar trecho de texto para uso privado, por favor entre em contato conosco pelo telefone (17) 3422-4199 ou pela nossa central de atendimento: http://www.acidadevotuporanga.com.br/atendimento/fale-conosco
Cidade
‘Tiraram a gente do Mercadão para deixar abandonado’, diz um dos primeiros comerciantes
A Cidade segue com a série de reportagens sobre as promessas não cumpridas do Plano de Governo do atual prefeito
Era década de 60 quando seu Iládio de Souza descarregou da charrete uma mesa que pegara emprestada e uma maleta com suas ferramentas de relojoeiro na frente do Mercadão Municipal. Naquele dia foi iniciada uma história de 48 anos de trabalho, que terminou de forma abrupta seguida por promessas não cumpridas.
A mesinha e a maleta de Iládio, hoje com 80 anos, era a principal fonte de renda da família. Com elas, e o suor de seu trabalho, o relojoeiro construiu sua casa, formou as três filhas e aos poucos foi melhorando o box. “O movimento lá era muito bom, todos os ônibus desciam e embarcavam lá, então aos poucos fui melhorando o box, fechei as paredes, forrei, mas aí um dia tiraram a gente para agora deixar abandonado”, contou.
Marilei Aparecida de Souza, filha de seu Iládio, contou que o pai ficou arrasado com toda a situação. O espaço recebia a manutenção pelos próprios comerciantes, que dividiam as despesas em forma de condomínio. Em 2014, porém, parte do prédio foi desocupado para dar lugar ao Poupatempo. Os comerciantes então, inclusive seu pai, foram transferidos para o prédio onde funcionava o Teatro Municipal.
“Fizeram muitas promessas, disseram que depois que revitalizassem teríamos prioridade para voltar para lá, mas até hoje está naquela situação. Meu pai ficou muito triste, pois tinha uma história ali e levaram a gente para um lugar que não tem fluxo. Sempre tivemos uma vida confortável e de repente estávamos com dificuldades para regularizar o documento do carro. Foi tudo muito triste”, completou a filha.
A promessa Durante a eleição o prefeito João Dado (PSD) prometeu: “revitalizar o antigo Mercado Municipal com a volta de comércio permanente com foco no mercado de hortifruti e também promoção de atividades culturais”, dizia seu Plano de Governo registrado em cartório.
Desde então diversas reuniões foram feitas, e o espaço chegou a ser tombado como patrimônio histórico do município, inclusive com a aprovação polêmica de um projeto que permutou um terreno ao lado do Mercadão por 12 lotes que pertenciam a Prefeitura de Votuporanga.
Mesmo depois de tudo isso, o espaço, que ocupa praticamente um quarteirão no Centro da cidade, segue fechado, depredado, cheio de pichações e trazendo transtorno para os vizinhos.
“Para não dizer que não estão fazendo nada, de vez em quando vem um ali e joga água lá dentro. Mosquito da dengue ferve ali, já peguei duas vezes, é um absurdo, sem falar no fedor e nas pessoas que vem dormir aí. Já deixaram carro ali atrás e o cara quebrou o vidro para roubar e ninguém faz nada. Tem que dar um jeito nisso aí. Quando chega a eleição eles vêm aqui na loja (políticos) e prometem um monte de coisas, mas não fazem nada. Isso aí tem ratazana, esses dias encontrei uma aqui dentro do meu banheiro e você acha que veio de onde? É complicado”, disse a comerciante Vitória Pondian, que trabalha em uma loja em frente ao Mercadão.
Em 2018, seu sobrinho, Breno Pondian, chegou a fazer uma postagem nas redes sociais cobrando providências as autoridades municipais por conta de um morador de rua que montou acampamento no prédio. “Mercado Municipal é a raiz do pequeno comerciante, honesto e trabalhador! Revitalização já”, dizia o post que foi acompanhado de uma fotografia do acampamento montado.
Dois anos se passaram e a única coisa que mudou foram as lonas que acabaram removidas. Na porta dos fundos, porém, há colchões, roupas e vestígios de que alguém está habitando no local. O odor fétido de urina é muito forte.
“Meio difícil ter esperanças, podia aproveitar fazer igual feira, os feirantes ficam aí as vezes embaixo de chuva, podia fazer aqui. Enquanto isso esse prédio desse tamanho está abandonado. Acho que passou da hora de fazer alguma coisa, falaram em reformar e fazer patrimônio histórico e até agora a mesma coisa”, completou Breno.
Procurada pela redação do jornal a Cidade, a Prefeitura não se manifestou sobre a promessa até o fechamento desta edição, valendo-se do prazo concedido pela Lei 12527/2011.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
Endereço da notícia: www.acidadevotuporanga.com.br/cidade/2020/05/tiraram-a-gente-do-mercadao-para-deixar-abandonado-diz-um-dos-primeiros-comerciantes-n61307
Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize o link {{link}} ou as ferramentas oferecidas na página. Textos, fotos, artes e vídeos do jornal A Cidade estão protegidos pela legislação brasileira sobre direito autoral. Se precisa copiar trecho de texto para uso privado, por favor entre em contato conosco pelo telefone (17) 3422-4199 ou pela nossa central de atendimento: http://www.acidadevotuporanga.com.br/atendimento/fale-conosco