Dados da Arpen-SP mostram que total de óbitos em domicílio passou de 132 em 2019 para 155 em 2020 no município
Número de pessoas que morreram em casa por insuficiência respiratória e infarto aumentou entre 2019 e 2020 na cidade (Foto: Prefeitura de Votuporanga)
Pedro Spadoni
pedro@acidadevotuporanga.com.br
O número de pessoas que morreram em casa, sem procurar um médico, subiu aproximadamente 17,4% em 2020 quando comparado a 2019. É o que mostram os dados da Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo), que compila os números de todos os cartórios do Estado. O total de óbitos passou de 132 em 2019 para 155 em 2020, ou seja, um aumento de 23 casos.
Segundo o representante da Arpen-SP em São José do Rio Preto, Matheus Barbosa, este comportamento se deve ao medo das pessoas procurarem atendimento de emergência por receio de contraírem Covid-19.
Dados
De acordo com os dados passados pela Arpen-SP, o número de mortes ocorridas em domicílio por insuficiência respiratória subiu de um para oito casos entre 2019 e 2020 no município.
Já no caso de mortes por infarto, o salto foi de dois para 15 óbitos ocorridos em domicílio por essa causa.Por outro lado, as mortes por pneumonia e AVC diminuíram, respectivamente, de cinco para um caso e de oito para sete casos no período analisado.
Ainda segundo as informações passadas para a redação, os meses que mais registraram mortes em casa em 2019 foram março e dezembro, com 15 óbitos cada. Já em 2020 o pico ocorreu em outubro, quando o município registrou 20 mortes.
Região
Na região de Rio Preto, a tendência observada pela Arpen-SP foi a alta nas mortes causadas por síndromes respiratórias e mais pessoas morrendo em casa sem procurar atendimento médico no momento adequado.
Nas mortes por causas respiratórias, o município que registrou a maior alta foi Jales: 48,1%, num total de 246 falecimentos registrados em cartórios da cidade. Quantitativamente, porém, Rio Preto foi a cidade que teve mais óbitos na região por este tipo de problema, depois de Rio Preto: 2.704.
Já nas mortes ocorridas nos domicílios, as maiores altas foram registradas em Santa Fé do Sul e Novo Horizonte.
Estado
No estado de São Paulo, as doenças respiratórias cresceram em um ritmo um pouco menor, 27,5% no mesmo período comparado, mas com algumas peculiaridades.
As mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registraram aumento de 723%, e as Causas Indeterminadas, 26,7%.