Coletiva de imprensa com médicos intensivistas deve abrir espaço para o anúncio de medidas mais duras pelo Executivo Municipal
Prefeitura ainda não anunciou oficialmente a medida, mas nos bastidores já é tida como certa (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Após uma série de reuniões com autoridades sanitárias, corpo técnico da Secretaria da Saúde e Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, e o prefeito Jorge Seba (PSDB), o lockdown pode ser anunciado a qualquer momento para Votuporanga. A Prefeitura não anunciou oficialmente a medida, como estava previsto para quinta-feira (18), mas nos bastidores já é tida como certa.
Além do aumento nos índices que apontam para o pior momento da pandemia no município, um dos principais sinais da nova restrição é o agendamento de uma entrevista coletiva para esta sexta-feira (19), às 10h, na Santa Casa, com a participação do diretor clínico do hospital, Dr. Atílio Pozzobon Neto, e as principais figuras da linha de frente do enfrentamento à pandemia, como o Dr. Chaudes Ferreira, a infectologista Dra. Regina Silvia e o intensivista, Dr. Lucas Amaral.
O teor da coletiva ainda não foi revelado, mas pelo corpo de profissionais convocados para a reunião já se vislumbra o cenário que deve ser apresentado, em meio ao mês com o maior registro de óbitos e internações desde o início da pandemia e a falta de vagas de UTI.
Executivo
Não obstante ao posicionamento do setor técnico de saúde, no campo político também há pressão de algumas categorias para que o prefeito “feche tudo de uma vez”, para que a chamada curva de contaminação seja achatada mais rapidamente e as atividades econômicas sejam retomadas, “ou abra tudo”. Como Seba não tem autonomia para passar por cima do decreto estadual, o lockdown seria a realidade mais próxima, principalmente depois que Rio Preto e Valentim Gentil anunciaram a mesma medida.
Somado a tudo isso também está a o discurso que ele fez no dia 1º de março, quando anunciou o “toque de recolher” em Votuporanga. À época o prefeito disse que chegou a pensar em lockdown, mas optou por medidas mais “brandas” que poderiam ser recrudescidas, caso a situação não melhorasse nos próximos 15 dias.
Naquela ocasião, o município estava com 145 mortes e tinha 36 pessoas internadas. Agora são 188 óbitos e 86 votuporanguenses hospitalizados, 36 deles, aliás, em estado grave na UTI.