Nos poços profundos, o flúor é natural da fonte com valor de 0,71 miligramas por litro de água
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
Levantamento do Conselho Regional de Odontologia do Estado (Crosp) aponta que 11 cidades da região de São José do Rio Preto estão com excesso de flúor na água distribuída à população.
Em excesso, o flúor pode causar manchas nos dentes e principalmente o enfraquecimento do esmalte, tornando-os mais suscetíveis a cáries.
Votuporanga
A assessoria de imprensa da Saev Ambiental explicou que em Votuporanga, o flúor começou a ser aplicado na década de 1980, e foi se modernizando na forma de aplicação até os dias de hoje. A fluoretação na Estação de Tratamento de Água (ETA) é aplicado com valor de 0,73miligramas por bombas dosadoras digitais e automatizada para garantir o controle do processo. Análises são realizadas de duas em duas horas. Também na Vila Carvalho e nos distritos de Simonsen, a fluoretação é realizada seguindo os mesmos princípios.
Nos poços profundos, o flúor é natural da fonte com valor de 0,71 miligramas por litro de água e a recomendação no estado de São Paulo é de 0,60 a 0,80 miligramas por litro, sendo que o limite máximo permitido é de 1,5, conforme explicado pelo químico especialista em saneamento da Saev, José Lúcio da Silva.
Uma das principais finalidades do tratamento da água de um sistema público de abastecimento é evitar a proliferação de doenças entre a população, entre elas, está a cárie. O flúor está na lista dos elementos que trazem efeitos fisiológicos benéficos, no caso, a fluoretação previne a perda de minerais do esmalte dos dentes, deixando-os mais resistentes à ação de agentes nocivos.
Estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que, para cada dólar investido em fluoretação, são economizados US$ 50 (que seriam destinados ao pagamento de tratamentos dentários e outras despesas indiretas).
Os centros para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos avaliaram a fluoretação como uma das dez maiores realizações da saúde pública do século 20, ao afirmar que a adição dessa substância à água potável tem sido uma das principais razões para o declínio da incidência de cárie das últimas quatro décadas (medida pelos dentes cariados, faltantes ou obturados, em crianças com 12 anos).
Tratamento
O diretor do departamento de esgotos, Antônio Carlos Ferreira, explicou que a Saev recebe a água bruta (sem tratamento) da represa do Córrego Marinheirinho. Lá ganha os produtos químicos (policloreto de alumínio - PAC), hipoclorito de sódio (cloro), e em seguida passa pelos floculadores.
Na segunda etapa, a água passa pelos decantadores, que serve para a sedimentação das partículas (as sujidades da água).
Na terceira parte, há a filtração da água, por meios dos filtros. Após a filtração, a água recebe a correção química com flúor e cloro, antes de seguir para os reservatórios.
Dos reservatórios, a água vai para a caixa elevada, onde tem pressão para distribuição a todas as residências do município.
Reajuste
A Saev Ambiental oferece para a população a água mais barata da região. Para 10m3 de água, os valores estão 13% menores que o Semae de São José de Rio Preto e 39% a menos que os da Sabesp. O reajuste na tarifa de água é pautado pelo IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), medido sempre em outubro, segundo Silva.
Os reajustes foram da seguinte forma: em 2011, 8,97%; em 2012, 6,95%; e em 2013, 7,52%.