Advogado especialista em Direito Público relembra sua trajetória e recebe homenagens; Meidão afirma que ele será insubstituível
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
O advogado da Câmara de Votuporanga, Jerônimo Figueira da Costa Filho, encerra seus trabalhos pela Casa de Leis amanhã. Após 30 anos de dedicação à Câmara, ele agora conseguiu sua aposentadoria. O jornal A Cidade conversou com o advogado sobre as histórias do Poder Legislativo e quais foram as lembranças mais marcantes que ele levará para sua vida. Jerônimo ainda tem muitos planos, entre eles, abrir um escritório de advocacia.
De vereador a servidor público
Jerônimo é filho de Jerônimo Figueira da Costa e Amélia Lucinda de Jesus. Foi admitido na Câmara de Votuporanga, em 27 de dezembro de 1988, após concurso público. Jerônimo fez questão de dizer que sempre teve o apoio de sua esposa Márcia, e dos filhos Maria Amélia, Guilherme e Nathália.
Foi eleito vereador, exercendo o cargo por seis anos. Também foi presidente da Câmara de 1983 a 1985.
É formado em Odontologia, com especialização em Odontopediatria, atuando em Votuporanga durante 10 anos. Também é bacharel em Ciências Jurídicas.
Quando foi eleito vereador, passou a gostar da área de Direito. Fez o curso em Araçatuba e terminou em São José do Rio Preto, com especialização em Direito Público.
Foi presidente da Associação Odontológica de Votuporanga; e diretor social do Votuporanga na década de 1970, quando o clube realizava o baile das debutantes.
Dirigiu o Escritório Regional de Governo, e ativo colaborador da Associação dos Vereadores do Alto Oeste Paulista.
Também presidiu a FEV (Fundação Educacional de Votuporanga), de 1997 a 2000, gestão onde foi criado o CEUV (Centro no Universitário de Votuporanga).
Ele fez questão de citar a conquista do Centro Universitário ocorreu graças ao apoio do ex-prefeito Atílio Pozzobon e também de Mário Pozzobon, do senador Aluísio Nunes, que na época era deputado federal, e do Ministro da Educação naquele ano, Paulo Renato. “Tínhamos somente oito cursos e passamos a oferecer 23; de 1.800 alunos para seis mil. Foi uma grande conquista”, falou. Atualmente é presidente do Conselho Administrativo da Santa Casa.
História na Câmara
Questionado se existiu alguma história polêmica nestes 30 anos de vida na Câmara, Jerônimo só teceu elogios. “Pela vida do Legislativo, pelos vereadores que já estiveram e estão na Câmara Municipal, somos modelo de Brasil. E tudo o que vivi, nunca teve uma história, um fato envolvendo corrupção, compra de voto. Os vereadores sempre estiveram pautados pela honestidade e compromisso com a população. Sempre foi tudo muito tranquilo, não tivemos problemas sérios. Atender as necessidades da população é constante. E quanto se questiona a Prefeitura e o governo do Estado, os vereadores sempre se pautam num comportamento ético”, respondeu.
Para ele, a Câmara sempre teve um trabalho permanente, desde os primeiros servidores que passaram pela Casa de Leis até os que atualmente trabalham. Entre os servidores que conviveram, Jerônimo citou Aranádio Rosa da Silva e Hugo Xavier. “Estes dedicaram um compromisso profissional com a Câmara muito forte”, destacou.
Jerônimo disse o vereador Meidão é uma das pessoas que o marcou bastante a convivência nestes 30 anos. “Fui vereador por seis anos com ele e até hoje não saímos um de perto do outro. Meidão é polêmico, mas antes de tudo, sempre teve um compromisso muito forte com a população, especialmente a carente. Ao longo de sua vida política, ele acabou trazendo alguns aborrecimentos, mas tenho certeza que tem saldo positivo em relação aos problemas que muitos consideravam insolúveis, e que ele conseguiu resolver. Ninguém entrava em briga”.
Novos projetos
Jeronimo é apaixonado pelo direito público. Por isso, logo após sua aposentadoria, abrirá um escritório de advocacia e deve continuar na área. “Acho difícil encontrar alguém que tenha vivido as questões e problemas municipais mais do que eu. Pode ter vivido quanto, mas não mais do que eu. Tive um sogro e cunhado prefeitos, e todas as administrações que passaram, desde 1983 até agora, tive uma relação muito próxima e sempre colaborei intensamente com todos. O que eu levo para mim, nestes 30 anos, é que todos os prefeitos, vereadores e presidentes da Câmara, sempre acreditaram no meu trabalho e confiaram em mim”, destacou.