Vereador André Figueiredo criticou demora de visitas de assistência social para consolidar doação e quer mudar sistema
Vereador quer que sistema seja transferido para Secretaria de Direitos Humanos
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
Várias famílias votuporanguenses estão aguardando meses para receber cestas básicas da Secretaria de Assistência Social. A informação foi do vereador André Figueiredo, que teceu críticas a respeito do sistema de avaliação dos casos, realizado por assistentes sociais.
O caso
André utilizou como exemplo o drama de Claudemir Cassiano da Silva, de 44 anos, divulgado com exclusividade pelo jornal A Cidade. Claudemir sofreu um acidente no dia 5 de junho deste ano que deixou diversas sequelas. Agora, ele precisa de ajuda para se alimentar.
No dia 5 de junho, depois do trabalho, por volta das 18h10, ele seguia para a casa de sua irmã, quando bateu em um poste localizado na rua Oiapoc. Ele não se lembra muito do que aconteceu, mas foi levado para a Santa Casa local e de lá transferido para o Hospital de Base de São José do Rio Preto, onde ficou 12 dias em coma, na UTI.
Por ter batido o rosto no poste e a nuca no chão, teve 18 lesões no cérebro; também perdeu parte da patela e precisou operar o joelho.
Claudemir é casado com Maria do Rosário Magalhães, que é faxineira. Até o mês de junho eles recebiam uma cesta básica do Poder Público, mas não têm mais este benefício. Eles aguardam há três meses a visita da equipe da Prefeitura para voltar a ganhar os donativos. “Maria do Rosário fez pedido para voltar a receber a cesta básica e está três meses esperando visita dos funcionários. Já vi vereadores na tribuna defendendo a Secretaria de Assistência Social, não to aqui para criticar o órgão, mas para reclamar deste tipo de trabalho. Está errado e tem que ser mudado”, ressaltou.
Em entrevista ao jornal A Cidade, o vereador disse que encaminhou oficio para a Secretaria dos Direitos Humanos para que faça todo o acompanhamento dessa família. “Neste final de semana, conseguimos se unir para ajudar essa casal, graças a bondade do pessoal que frequenta a Mercearia Andretto, que se sensibilizou com a matéria mostrada com exclusividade pelo jornal A Cidade, que se reuniram e mandaram vários alimentos, produtos de limpeza. Tivemos ajuda também do companheiro e vereador Pedro Beneduzzi, que conseguiu através da Igreja uma cesta básica”, complementou.
Sistema não funciona
Para André Figueiredo, o sistema de Assistência Social para concessão de cestas básicas não funciona. “Imaginamos que a secretária Marli Pignatari está sobrecarregada, mas isso não serve de justificativa. A pasta de Direitos Humano deveria ser responsável pelas cestas básicas, atendimento as pessoas mais necessitadas. É inadmissível uma família que precisa de ajuda, precisa se alimentar e ter que esperar três meses para que a assistente social possa ver a necessidade e assim liberar, quem está necessitando de ajuda, de comer, não pode ficar todo esse tempo aguardando”, ressaltou.
“Quantas famílias que não têm a quem socorrer e estão nessa situação? Vou solicitar, através de requerimento, que a secretária Marli nos passe todas as informações de pessoas que se cadastraram, que são atendidas e também estão a espera da visita”, complementou.
Osvaldo concorda
O vereador Osvaldo Carvalho afirmou que há mais famílias aguardando cestas básicas. “Conheço casos de cidadãos que esperam por atendimento há cinco meses. Pessoas que ganham apenas um salário mínimo e parte da renda está comprometida com compra de medicamentos. Eles são atendidos por vizinhos e amigos. Já fiz um trabalho de arrecadação de alimentos, porque aguardam visita de assistência social. Temos que batalhar pra reverter isso. As pessoas devem ser atendidas com dignidade”, finalizou.