Provedor do hospital pleiteou verba de R$3 milhões; de imediato, Alckmin anunciou este recurso para custeio
Andressa Aoki
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A Santa Casa de Votuporanga receberá verba de R$1,7 milhão para custeio do governo estadual. O anúncio foi feito pelo governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, durante inauguração dos equipamentos de tomografia computadorizada e ressonância magnética do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) da cidade.
Na ocasião, o provedor do hospital, Valmir Dornelas, solicitou a ajuda de Alckmin. “Sinto orgulho de falar com você no nosso município. Pelo em nome da diretoria, do corpo clínico, dos colaboradores, para que analise a solicitação com carinho. Pedimos valor de R$3 milhões para custeio. A Santa Casa necessita de dinheiro”, ressaltou.
Valmir destacou que a atual diretoria da Santa Casa é comprometida com a causa. “A diretoria é formada por mim e mais 12 voluntários. Deixamos empresas e famílias para ajudar o hospital. Acreditamos no seu trabalho (Geraldo Alckmin) e no seu governo”, afirmou.
Ele contou um pouco da estrutura de saúde administrada pelo hospital votuporanguense. São três AME´s sob a responsabilidade da Santa Casa: o de Jales, Santa Fé do Sul e o de Votuporanga. “A Secretaria de Saúde do Estado fez uma pesquisa para atestar qualidade de atendimento. Conquistamos os primeiro, segundo e quinto lugares”, disse.
O sim do governador
Geraldo Alckmin afirmou que a Secretaria de Saúde do Estado pode ser chamada de saúde brasileira. “Atendemos pacientes de fora do Estado de São Paulo a cada 30 minutos e os casos não são simples”, contou.
Alckmin disse que as Santas Casas do Brasil devem R$15,5 bilhões. “O governo federal fica com dois terços dos impostos, mas a tabela SUS não sofre correções há 10 anos. Tudo aumenta: salário, alimento, segurança, medicamento, mas a tabela segue a mesma ano a ano”, explicou.
O governador se comprometeu a liberar R$1.100 milhão para a Santa Casa local, por meio de emendas parlamentares por equipamentos. “Saúde é direito do cidadão e dever de todos. Não devemos empurrar a responsabilidade. Não vamos resolver todos os problemas, mas nos uniremos e investiremos fortemente em saúde”, destacou.
Politicagem
O deputado estadual Carlão Pignatari disse que não se pode fazer politicagem com a saúde, mas sim políticas públicas. “Temos que ter infraestrutura, melhor atendimento. Isso não no discurso, mas na prática. O déficit na tabela SUS (Sistema Único de Saúde) é terrível, mas o senhor (Geraldo Alckmin) vai nos ajudar. Nunca pedimos arreio, verba para custeio, mas agora precisamos muito”, afirmou.
“Santa Casa pede socorro”
Para o parlamentar João Dado, a Santa Casa não pode parar. “O hospital pede socorro. Temos verbas que não conseguimos liberar pelo governo federal. O senhor (Geraldo Alckmin), conhecendo nossa realidade, vai nos dar alento, para continuarmos a atender os munícipes e os cidadãos carentes. O momento que a instituição passa é ímpar, necessitamos apoio do Estado”, frisou.
Crescimento
O foco do discurso do prefeito Junior Marão foi o crescimento do hospital. “Em 10 anos, houve uma evolução. De 125 fomos para 230 leitos. Pulamos de 290 funcionários para 1830. É um complexo fundamental para a saúde da região. Atende alta complexidade, o primeiro AME do Estado foi implantado em Votuporanga”, disse.
Marão afirmou que Votuporanga possui baluartes que ajudam o hospital. “Eles batalham no governo federal, mas não está sendo fácil. A tabela SUS está muito aquém”, comentou.
Ele enfatizou que a Santa Casa é referência para a região, possui o curso de Medicina e de Residência Médica. “O governo do Estado de São Paulo trabalha para dar subvenção para hospitais estratégicos. Solicitamos apoio”, destacou.
Remuneração baixa
Por sua vez, o senador Aloisio Nunes afirmou que a realidade das Santas Casas e hospitais filantrópicos não é fácil. “As remunerações não cobrem 60% dos custos. Se estas instituições fecham, a saúde do Brasil afunda”, disse.
Nunes ressaltou que o hospital votuporanguense se mantém bem nesta dura realidade. “É um exemplo, com serviços de excelência”, complementou.
CRED: Fotos: Alex Pelicer/ A Cidade