Atual diretoria trabalha para recredenciar o serviço e ter condições para a contratação de profissionais médicos especialistas
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
A morte da servidora pública municipal Rita de Cássia Oliveira Fernandes Bonfim, de 47 anos, na noite de quarta-feira após um acidente de trânsito no último final de semana, retomou a atual situação da Santa Casa de Votuporanga em oferecer o serviço de neurologia. Isto porque em uma rede social uma internauta opinou que a cidade deveria oferecer o respectivo atendimento.
“Qualquer leigo sabe que os primeiros procedimentos em casos de traumatismo craniano e acidente vascular cerebral são vitais. Então eu pergunto: quantos ainda terão que morrer ou ficar inválidos? Quando a nossa Santa Casa de Votuporanga, que dizem ser referência em saúde terá um neurocirurgião?”.
O jornal A Cidade entrou em contato com a assessoria de imprensa da Santa Casa na manhã de ontem, que enviou nota sobre o atendimento prestado à vítima, e sobre as metas unidade para retomar o serviço de neurologia.
Suspensão
A Santa Casa anunciou a suspensão dos serviços de neurologia/neurocirurgia para o SUS e para todos os convênios atendidos pelo hospital desde julho do ano passado. Os motivos foram: falta de profissionais médicos e o alto custo dos serviços. A Santa Casa foi credenciada pelo Ministério da Saúde para realizar procedimentos de alta complexidade em neurologia/neurocirurgia em novembro de 2008 e em julho de 2012, oficializou o Departamento Regional de Saúde - DRS XV de São José do Rio Preto, da necessidade de suspensão dos serviços, por tempo indeterminado.
Com a suspensão do serviço, os pacientes que chegarem ao Pronto Socorro terão que ser transferidos para outro hospital que possua referência em neurologia/neurocirurgia. Esse processo de transferência é feito através da Central de Regulação Médica, que avalia os pedidos formalizados pelo hospital.
Atendimento
O hospital informou que a paciente Rita de Cássia Bonfim deu entrada no pronto-socorro no último domingo, dia 29, às 15h42, vítima de acidente de trânsito, apresentando quadro de traumatismo craniano.
Seu estado de saúde era considerado grave e o Hospital solicitou imediatamente a transferência via Central Reguladora de Vagas, já que não possui serviço de neurologia e neurocirurgia.
No mesmo dia, às 20h55, a paciente foi transferida para o Hospital de Base de São José do Rio Preto, segundo definiu a Central Reguladora de Vagas.
A Santa Casa lastimou a morte da vítima. “Lamentamos profundamente que a paciente “Ritinha” não tenha resistido aos ferimentos e asseguramos que tudo o que esteve ao alcance da Santa Casa de Votuporanga foi feito”, disse.
Serviços
A Santa Casa informou que aproveita a ocasião para informar à população de nossa cidade e região, que a diretoria executiva (biênio 2013/2015) está empenhada em retomar o serviço de neurologia e neurocirurgia do hospital. “Compartilhamos do mesmo anseio de nossa população, já que qualquer um está sujeito a precisar desse tipo de atendimento. Estamos trabalhando fortemente para recredenciar o serviço, conquistar recursos financeiros de modo que as despesas sejam pagas e que haja condições para a contratação de profissionais médicos especialistas”.
Pedido
O provedor Valmir Dornelas esteve ontem em São Paulo, buscando formas de viabilizar os atendimentos. “Como todos sabem, o SUS (Sistema Único de Saúde), acaba deixando um déficit para a Instituição e os custos para manter um serviço de neurologia e neurocirurgia são altíssimos. Essa luta é grande e a Santa Casa de Votuporanga precisa do apoio de toda a população. O momento exige que todos de nossa cidade e região estejamos unidos, junto aos nossos representantes políticos para lutarmos por essa causa regional”, destacou a assessoria.
Reivindicação
Muitas lideranças da cidade já cobraram pela volta do serviço. Em setembro, o presidente da Câmara, Eliezer Casali, enviou indicação ao provedor da Santa Casa para que restabeleça o mais rápido possível o serviço de neurologia do hospital. A justifica do vereador é que muitos pacientes precisam realizar exames, cirurgias e consultas, mas atualmente o hospital não está oferecendo suporte para esses procedimentos.