Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
A região de Votuporanga é de alta transmissão de leishmaniose. É o que falou Helena Hilomi Taniguchi, do Instituto Adolfo Lutz. Somente neste ano, quatro pessoas moradoras da cidade morreram vítimas da doença.
Região
Em Aparecida D’Oeste, foi um caso registrado em 2011. Em Jales, foram 6 em 2010; em 2011, 5, com dois óbitos; em 2012, 3, e neste ano, também 3.
Em Santa Fé do Sul foram 4 casos em 2010; também 4 em 2011 com uma morte; e no ano passado um óbito com uma morte. Neste ano não houve nenhum caso.
Estudo
E por ser uma cidade que tem se destacado no número de casos e na maneira como lida com a doença, a Unifev (Centro Universitário de Votuporanga) realiza até hoje uma capacitação para os alunos da instituição que desejam participar de uma pesquisa sobre leishmaniose visceral.
Inicialmente, os pesquisadores visam identificar no município os aspectos entomológicos dos flebotomínios e a forma como tem ocorrido a infecção natural por leishmania em humanos, animais domésticos e silvestres. O curso abordará as técnicas de coleta, conservação, montagem e identificação dos flebotomínios (insetos vetores da doença).
A cidade foi escolhida como sede do estudo, em razão do elevado número de casos humanos e índice de letalidade.
O estudo será desenvolvido em Votuporanga, por meio de uma parceria entre o Instituto Adolfo Lutz (IAL), Prefeitura e Unifev. Participam do curso os alunos dos cursos de Farmácia, Biomedicina, Ciências Biológicas e Medicina.
O trabalho, que será coordenado pelo diretor do Centro de Parasitologia e Micologia do IAL, professor doutor José Eduardo Tolezano, tem o objetivo de promover uma inovação tecnológica em Saúde, cujo foco é a aplicação de novas alternativas para o controle da doença.
Opinião
Segundo Helena, o rótulo de que uma cidade possui um grande foco da doença já é estipulado pelo próprio Ministério da Saúde, que classifica o município conforme os casos registrados a cada três anos.
Para ela, todas as ações da Prefeitura de Votuporanga são válidas. “É uma doença de difícil controle. Depende de trabalhos entre Prefeitura e Estado, além de total apoio da população. Vejo que aqui em Votuporanga o trabalho realmente é diferenciado, só que os casos existem, infelizmente”, disse.
Helena comenta que a grande dificuldade continua sendo para que as pessoas deixem seus animais serem sacrificados devido ao sinal positivo da doença. “Isso é o que atrapalha o trabalho, pois muitos passam a ter o cachorro como membro da família, tem apego, só que não existe outra maneira”.