Para o vereador, incentivo em ceder áreas é legal e até o prédio que hoje abriga o Ministério Público foi doado para receber promotores
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
O vereador Mehde Meidão usou a tribuna na última sessão da Câmara para criticar o Ministério Público local. Para ele, o fato da Prefeitura doar áreas e terrenos para a vinda de empresas, fábricas, indústrias e faculdade, é um incentivo, o que não teria agradado um dos promotores. Meidão até apresentou casos semelhantes que ocorreram em outras cidades para atrair novos investidores e disparou: o prédio onde atuam os promotores também foi doado pela Prefeitura.
Confira na íntegra o discurso do vereador:
“Segunda-feira passada eu tinha um pronunciamento, mas, devido a internação, não fiz. Para marcar posição naquilo que prometi, estou aqui para falar dos projetos. Foi lido aqui o do asfalto do shopping e nós fizemos levantamento completo para trazer nesta tribuna a nossa justificativa.
Hoje, com a guerra fiscal, as prefeituras estão lutando e trabalhando para trazer indústrias para sua cidade. Nós falamos aqui da Rondon de Araraquara e conversamos com o prefeito Marcelo, nosso amigo. O governo deu cerca de R$ 10 mi de incentivo à Rondon e eles investirão R$ 500 mi. Será instalada lá uma fábrica com potencial de 2,5 a três mil empregos.
A Prefeitura de Votuporanga doou uma área ao Facchini de 12.393 metros, no valor de R$ 240.332 mil. O valor adicionado do Facchini em Votuporanga é de R$ 138.648 mi e recolhe de impostos, R$ 4. 661 mi. O valor dos terrenos ficou em R$ 340 mil. Em um ano, quantos terrenos poderiam ser dados ao Facchini?
Em Aparecida do Taboado tem seis multinacionais. Uma indústria com suporte para 310 funcionários recebeu incentivo para ser instalada lá. Não tem pessoas para trabalhar, estão importando de toda região e estado para prestar serviços.
Uma rede de supermercado veio para Votuporanga e comprou um terreno. Eu fui atrás para fazer o levantamento. Foram doadas 8.260 viagens. Um caminhão de 6 m³ em cada viagem, totalizando 49.560 m³, a R$ 80 por viagem. Este terreno custou para a Prefeitura R$ 660.800 mil. Ninguém falou nada, ninguém questionou e passou por esta casa.
Nós fizemos um levantamento da 3.ª Companhia Militar. Um terreno que até hoje ninguém fez nada foi doado por esta casa em 2.500m².
Nós doamos para a Secretaria da Fazenda e foi construído aqui ao lado o Posto Fiscal, em 1.200 metros, no valor de R$ 180 mil para construir. Passou o projeto por esta casa. Eu estou falando tudo isso para poder chegar onde eu quero.
A Receita Federal nos doou 2.400 metros, no valor de R$ 360 mil, mas ainda não iniciou.
Agora o IFSP, a faculdade que só vinha para Votuporanga se fosse doado o terreno. Foram 50 mil m², algo de dois alqueires e pouco, no valor de R$ 299 mil.
Nós compramos para a faculdade de Votuporanga, da Elektro, o prédio da regional. A faculdade comprou, depois a Prefeitura adquiriu da faculdade e está pagando até hoje para aquela área de 2.895 mil metros o terreno, e uma área edificada de 5.152 metros onde é a escola do Sesi, que foi doada por esta casa.
O Ministério Público de Votuporanga, não todos, mas um dos promotores, questiona na justiça os terrenos doados pelo Juninho e pelo ex-prefeito Carlão.
A Prefeitura comprou onde ia ser o Hospital do Olho do Dr. Benedito e doou uma área edificada de 1.762 metros. É a área onde está hoje o Ministério Público.
Você critica o negócio, mas não sai de cima, não devolve ao município.
Gostaria de justificar que tudo o que foi feito, foi legal. Vieram os procuradores do Estado na inauguração do MP, eu estava lá, pois era o presidente da Câmara na época. Foi elogiada a atitude da Câmara por ter doado.
Eles não tinham condição, estavam num prédio emprestado, e agora vem criticar esta casa, o prefeito, para querer tornar inelegível deputado, onde eles mesmo foram beneficiados?
Tem hora que é difícil para nós, vereadores, ter que questionar e responder. Talvez esta doença, este baque na segunda, foi de estar correndo atrás destes documentos, pra provar que tudo que foi pedido, foi dado.”