Superintendente revelou os danos do transbordamento do reservatório; técnicos da autarquia e Condema revelaram as causas
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
O transbordamento da represa da Saev Ambiental (Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente) aconteceu devido a chuva torrencial, de 70,6 milímetros e ao assoreamento, que corresponde a 49% do local. As causas são apontadas no laudo realizado por técnicos da autarquia e pelo Condema (Conselho Municipal do Meio Ambiente).
O documento é assinado por Aldo Takao Okoti (engenheiro civil); José Lúcio da Silva (diretor da Divisão de Tratamento de Esgotos); Luiz Antonio Cavalari Costalonga (responsável pela Produção e Qualidade de Água); Marcelo Augusto Fukuoka (do Departamento de Operação) e André Navarro (presidente do Condema).
O episódio
Devido à forte chuva que atingiu Votuporanga durante a madrugada no dia 7, a represa de captação do Córrego Marinheiro de Votuporanga transbordou. O fenômeno só foi notificado anteriormente há cerca de 15 anos, mas em proporções menores.O reservatório de captação do Córrego Marinheiro de Votuporanga é responsável pela produção de água, que abastece cerca de 41% da população do município com uma média de captação de 164 litros/segundo.
Os profissionais da Saev foram vistoriar o local no dia 10, encerrando o laudo em 10 dias. O documento foi entregue para o superintendente da autarquia, Oscar Guarizo nesta semana.
Causas
Em entrevista ao jornal A Cidade, Guarizo explicou que a chuva do dia 7 foi torrencial. Segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Votuporanga foi a cidade que registrou o maior volume de chuva no Estado de São Paulo e a segunda do Sudeste do Brasil, com 73,2 mm entre às 9 horas do dia 6 e às 9 horas do dia 7 março de 2014.
Já no período entre às 5h e 7h40, da sexta-feira, momento de chuva mais intensa, o Ciiagro (Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas) registrou 70,6 milímetros de chuva, sendo que durante todo o mês de março do ano passado foram registrados 176 milímetros. Ele ressaltou que aliado a este fenômeno, alguns fatores também contribuíram para o transbordamento. “A represa está assoreada. Nas semanas anteriores, o reservatório já estava cheio”, disse.
Guarizo enfatizou ainda que, nos últimos anos, loteamentos nas proximidades do reservatório assorearam a represa. Entre os exemplos estão os terrenos dos bairros São Cosme e Damião e também a obra de duplicação da rodovia. O mais recente é o loteamento Cidade Jardim, que também contribuiu para a situação.