Legisladores criticam voto de repúdio da entidade endereçado para a Câmara; para Edilson, falta ética do colega Jura
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
O debate sobre o reajuste salarial do funcionalismo público ainda está longe de acabar no Poder Legislativo. Na sessão de ontem, os vereadores Edilson Pereira Batista, Pedro Beneduzzi, André Figueiredo, Osvaldo Carvalho, Eliezer Casali, Jurandir Benedito da Silva, Silvio Carvalho e Douglas Lisboa discutiram na tribuna por conta da manifestação de sábado dos servidores públicos.
Na presença do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Votuporanga, Inácio de Oliveira Pereira, o vereador Edilson Pereira Batista fez um desabafo na tribuna na sessão de ontem. Edilson denunciou a falta de ética do também legislador Jurandir Benedito da Silva, o Jura. “Na manifestação de sábado, na praça São Bento, Jura falou mal da Casa de Leis, da administração pública, colocando dentro da vala todos os vereadores, proferindo várias palavras de baixo nível. Quero dizer que estamos indignados com a postura do Jura, que pegou este caminhão com a força sindical”, frisou.
O fato
Edilson repercutiu a matéria do jornal A Cidade, na semana passada, quando a entidade
repudiou o aumento salarial aprovado pela Casa de Leis. O legislador falou sobre o seu trabalho com relação ao reajuste dos vencimentos dos funcionários. “Fomos conversar com o prefeito Junior Marão para sensibilizá-lo com relação ao valor. Achei injusto o servidor receber 5,4% de aumento mais R$30 de bonificação (que seria a proposta do órgão), que não seria incorporado ao salário para aqueles que ganham por tempo de serviço, insalubridade, hora máquina e demais benefícios”, afirmou.
Ele ressaltou que Inácio teria concordado com a sua ideia, durante assembleia realizada na Casa de Leis. “Na ocasião, o presidente do Sindicato e o advogado José Alberto dos Santos falaram mal do Legislativo e da administração municipal, ao dizer que a bonificação seria de R$30. A Prefeitura queria aumentar para R$200 a cesta básica durante negociação, mas Inácio pediu que tirasse R$30 de bonificação. Este abono não é incorporado e não incide aos demais benefícios”, complementou.
“Foi feito justiça”
Para Edilson, a Câmara Municipal fez justiça ao aprovar o reajuste salarial. “Constatamos claramente que o Sindicato presidido por Inácio está a serviço de partido político e perdeu o foco de representar o servidor, principalmente os aposentados que não recebem os benefícios como os que estão na ativa. Agora, mais de 300 aposentados receberão R$90 que nunca ganharam, mais 5,4% iguais aos demais. Justiça para mais de 200 servidores que não tinham prêmio assiduidade, porque faltavam do serviço por algum motivo”, destacou.
Greve
Edilson enfatizou que na assembleia foi cogitada a possibilidade de greve, fato que foi negado pelo vereador Jurandir Benedito da Silva. “Eu estava desde o começo da reunião e eles (funcionários) disseram sim que seria possível a paralisação”, disse.
Sem representação
O vereador disse ainda que o servidor não tem representação ativa dentro do Sindicato. “O funcionário vai ver o beneficio no holerite. O Jura foi no meu local de trabalho fazer barbaridade, isso é uma vergonha”, concluiu.