Serviço oferece instrumentos para manter e melhorar o convívio social e a qualidade de vida dos atendidos nas unidades
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
Em 7 de abril é comemorado o Dia Mundial da Saúde, por isso, o jornal A Cidade começa hoje uma série especial para mostrar os programas oferecidos para a população por meio dos órgãos da Secretaria Municipal de Saúde. Começamos pelo Caps (Centro de Atenção Psicossocial), que possui prédios na cidade e deve ganhar um destinado ao público infantil até o final do semestre.
O projeto da unidade infantil já foi aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde e está em análise pela regional de saúde, que deve encaminhá-lo para o Governo Federal. O município está otimista quando a sua aprovação em todas as instâncias e já organiza a estrutura para receber mais este braço do atendimento em saúde mental, oferecendo espaço adequado e especializado para crianças.
Tendo a aprovação do Ministério da Saúde, o prazo para o início das atividades na cidade é de 90 dias. O local poderá ter também um programa específico para trabalhar com adolescentes envolvidos com álcool e drogas.
“O Caps é um equipamento de saúde que surgiu como estratégia substitutiva aos manicômios. Nasceu na década de 1.980 e teve sua expansão nos 10 anos seguintes. A intenção era acabar com as internações em clínicas e abrir mais unidades do Caps pelo país”, explicou Reinaldo Antônio de Carvalho, enfermeiro coordenador da rede de saúde mental da cidade.
Reinaldo explicou que o Governo Federal pactuou em 2009 algumas prioridades para a saúde, sendo elas os serviços de urgência e emergência; o projeto Cegonha (para gestantes); as unidades psicossociais (Caps); e o atendimento a deficientes. Por isso, o crescimento destes serviços pelo país.
O atendimento do Caps é vinculado à Atenção Básica em Saúde, especialmente às Unidades de Saúde da Família e aos serviços de urgência e emergência.
Classificação
O Ministério da Saúde passou a tipificar os Centros de Atenção Psicossocial, sendo a classificação I para municípios com até 15 mil habitantes; o II com 50 mil habitantes; o II AD para tratamento de pessoas com envolvimento com álcool e drogas, o Infantil para onde há mais de 70 mil habitantes; e o III para população acima de 200 mil habitantes.
O atendimento
O Caps atende pacientes com transtornos de humor, psicóticos, de personalidade acentuada, algumas deficiências mentais e de personalidade com grau de disfuncionalidade acentuada, entre outros.
Demanda
Reinaldo explicou que o número de atendimento nas unidades é crescente, especialmente no Caps AD. “Recebemos lá muitos imigrantes, que chegam de diversas partes do país para trabalhar na cidade. Isso é muito preocupante. O uso de drogas está cada vez mais precoce e essas pessoas passam a ter um repertório social cada vez menor, abandonam a escola e, em alguns casos, passam a cumprir medidas educativas. No geral, o país ainda não está bem estruturado para trabalhar com este problema. Falta mais noção da importância de programas voltados à prevenção, especialmente para adolescentes”.
Para Reinaldo, a maior disfuncionalidade para quem usa o álcool e a droga é o prejuízo social.
O enfermeiro coordenador da rede de saúde mental da cidade garante que o Caps é essencial para todos os municípios e estrutura maior que Votuporanga, somente São José do Rio Preto possui. “O Centro de Atenção Psicossocial melhora a cobertura do serviço de atendimento em saúde mental da forma que está previsto e pactuado pelo Ministério da Saúde, tratando o usuário em sem território”.