Legislador afirmou que presença do tenente na Câmara na semana passada foi com a intenção de apaziguar discursos
Mehde Meidão afirmou que corporação não tem condições de atender incêndios
Andressa Aoki
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O vereador Mehde Meidão Slaiman Kanso repercutiu a reunião realizada com o comando do Corpo de Bombeiros, na semana passada, na Câmara Municipal. Meidão utilizou a tribuna, na maioria do seu tempo de discurso, para criticar o trabalho do responsável pela corporação, Alex Brito.
Para o legislador, Brito esteve na Casa de Leis para tentar apaziguar os pronunciamentos dos edis na sessão passada. Ele afirmou que não participou do encontro na segunda-feira passada. “Não estive presente porque conheço as leis que o Poder Legislativo aprovou e que até agora não foram colocadas em prática”, ressaltou.
Meidão ressaltou que Brito disse que a quantidade de viaturas é pouca. “Os bombeiros doaram um caminhão para a Prefeitura. O carro azul, que era da Câmara e entregamos para a corporação, voltou para o município. O vereador Matheus Rodero falou sobre as mangueiras, que estavam furadas e o tenente afirmou que foram cacos de vidros que abriram o material. Está sem a mínima condição, falta comando”, ressaltou.
AVCB
Meidão criticou os dados divulgados pela Prefeitura de Votuporanga de que 86% das empresas de Votuporanga que estão em funcionamento possuem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Ainda de acordo com o município, em apenas um ano, 1.571 estabelecimentos foram notificados pela Prefeitura, sendo que 857 já providenciaram as documentações e, hoje, estão regularizados. “Isso é conversa. Mais de 80% das indústrias não tem laudo. Se nós tivermos incêndio de alto vulto na rua Amazonas, onde uma loja é muito próxima da outra, não há bombeiro que apague. Quase ninguém tem alvará”, afirmou.
Gás
O vereador ressaltou uma lei, de sua autoria, que regulamenta a entrega de gás de cozinha na cidade. “Muitos utilizam moto para distribuir o material e ninguém toma providência. Se o veículo cair ou colidir em um carro, será um desastre”, disse.
Demora
Mehde Meidão rebateu a informação de Alex Brito de que o atendimento ao incêndio na Zona Norte foi rápido. “Os bombeiros demoraram 15 minutos para chegar. Todo serviço que chega na corporação é registrado, mas o curioso, é que esta ocorrência não foi computada”, destacou.
Ainda de acordo com o legislador, somente depois de 50 minutos, que os bombeiros desligaram a energia, considerada a causa do incêndio. “A luz estava ligada e saía faísca. Depois de quase 50 minutos, foram desligar a energia, de onde estava saindo fogo. Não culpo os bombeiros, são trabalhadores, honestos. O que falta é comando”, criticou.
Ele ressaltou que se acontecer incêndio na Prefeitura ou na Santa Casa, a corporação não tem condições de atender.
Hidrante
Meidão também questionou a falta de hidrantes na maioria dos estabelecimentos de Votuporanga. “Em países mais adiantados, como EUA, Suíça, França, é um hidrante para cada 100 metros. Votuporanga possui apenas 70 distribuídos em toda a cidade”, disse.
Alvará provisório
Ele reclamou ainda da concessão de alvará provisório, fato que teria ocorrido nas três lojas incendiadas há 15 dias. “Hoje para abrir um estabelecimento, tem que ter alvará da saúde, dos bombeiros, da Prefeitura. Não culpo Junior Marão pelo acontecido, esse problema vem de lá de trás, de todos os prefeitos. Ou coloca em ordem na regulamentação ou vamos ter casos sérios em Votuporanga”, concluiu.