Padre Silvio Roberto reuniu membros da comunidade católica e da sociedade para fundar a entidade no ano de 1987
Luiz Carlos de Lima, presidente da Comunidade Nova Vida
Leidiane Sabino
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Em 13 de maio de 1987 nascia a Comunidade Nova Vida, entidade que se tornou ao longo dos anos uma das instituições que mais apoiam as pessoas da cidade e região interessadas em deixar a dependência química.
Padre Silvio Roberto dos Santos, que era pároco na igreja Santa Luzia, teve um sonho um dia, que ele define como inspiração divina. No sonho, ele via dois jovens pedindo ajuda. Alguns dias depois, realmente apareceram em sua casa dois rapazes solicitando apoio para deixar o uso das drogas.
Por este motivo, por acreditar ser um pedido de Deus, padre Silvio reuniu membros da comunidade católica e da sociedade para fundar a entidade.
“Na verdade, foi uma intuição diante do grande apelo de jovens dependentes químicos que me procuravam na paróquia e nada mais justo do que lançar este desafio. Entrei em oração e recebi uma revelação que deveria lançar base para este trabalho. Comentei com o meu médico e ele emprestou uma casa por cinco meses para começar. Penso que o que é de Deus permanece e o que não é de Deus cai por terra”, lembrou o padre Silvio.
De acordo com o padre, em um dia e meio a comunidade doou toda a mobília da casa e apareceram pessoas disponíveis para trabalhar. “No começo foi difícil porque eu não conhecia um programa de recuperação e só mesmo depois que eu participei de um congresso Latino-americano de Comunidades Terapêuticas é que tomei ciência dos programas de reabilitação. O trabalho se tornou sério, tive que procurar uma área rural para abrigar as pessoas em tratamento. Começamos a arrecadar fundos para isso. Fiz um projeto em uma das praças de Votuporanga, montamos restaurantes, diversos palcos e em um dia levamos oito mil pessoas para a praça. Vendo a seriedade do trabalho, o bispo nos doou o terreno”, disse o padre.
“Celebramos nesta data o dom da vida das pessoas que buscaram por tratamento, dos nossos colaboradores, funcionários, familiares e das conquistas ao longo de todo esse tempo. Agradecemos imensamente o envolvimento de toda a sociedade em nosso trabalho”, destacou o presidente Luiz Carlos de Lima.
Diante da reorganização da Diocese de São José do Rio Preto na região, o bispo Dom Tomé designou o padre Jair de Marchi como diretor espiritual da Comunidade Nova Vida e a diretoria é composta por pessoas ligadas à Paróquia Santa Luzia. Hoje, em ação de graças pelo aniversário da entidade, a diretoria estará na missa celebrada pelo padre Jair, às 19h30, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima/São Benedito.
Para o administrador Antônio Cegana, a Comunidade Nova Vida é uma ferramenta de reestruturação do indivíduo que já foi afetado pela problemática da droga.
A entidade é mantida com apoio de sócios-contribuintes, doações, apoio do Fisav e chás beneficentes. Também recebe subvenção municipal e federal, mas os recursos não são suficientes para manter os gastos do tratamento de todas as pessoas atendidas.
A intenção da diretoria é alcançar a auto-suficiência na gestão financeira por meio de projetos de produção de ovos, galinha, alevinos, porcos e uma horta, todos em elaboração no momento. “Queremos colocar todas as atividades em prática até o final do ano para que a Nova Vida volte às suas origens, podendo oferecer à sociedade atendimento 100% filantrópico”, destacou o presidente.