Com cerca de 500 habitantes, bairro rural passa por processo de regularização e deve receber melhorias em breve
Francisca Rocha Cristo Lopes vive há 47 anos no local
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
A Vila Carvalho não possui data oficial do registro de criação e hoje conta com cerca de 500 habitantes. Localizada a aproximadamente oito quilômetros da área urbana, o local ainda é de chão de terra e preserva as características de uma comunidade rural como vizinhança de portas abertas para quem chega, simplicidade, humildade e tranquilidade. O povo acorda ainda quando o galo canta para trabalhar em atividades do campo ou saem rumo à cidade.
Neste momento o bairro rural passa por um processo de regularização fundiária. O local conta com diversos serviços públicos básicos como, por exemplo, rede de abastecimento de água potável, coleta regular de lixo doméstico, limpeza e roçagem das vias, transporte escolar, serviços de saúde, entre outros.
História de dona Francisca
Nascida na Bahia, Francisca Rocha Cristo Lopes vive há 47 anos na Vila Carvalho. Viúva de Evangelino Cristo Lopes, teve 21 filhos, nove deles estão vivos. Sempre viveu em fazendas. “Viemos morar na Vila Carvalho porque foi o lugar mais barato que conseguimos comprar um terreno. Com ajuda de amigos, conseguimos os materiais para construir a casa”, disse.
O marido de Francisca trabalhava por dia, na roça. “Na hora do almoço, ele pegava o violão e gostava de cantar e tocar debaixo das árvores. Sempre foi um homem muito feliz”, lembrou.
Francisca era empregada doméstica, às 5h saía a pé em direção à cidade para trabalhar em uma casa perto da Paróquia Santa Luzia, em Votuporanga. Nos fins de semana, colhia tomate na fazenda.
Hoje, dois de seus filhos também moram na Vila Carvalho, um em uma chácara, outro em um sítio bem perto e os outros na cidade e em Cosmorama.
“Gosto de morar aqui, especialmente por causa da vizinhança. Aqui é tranquilo demais, à noite dá para perceber a calma e paz”, contou Francisca.
Para melhorar o local, Francisca disse que é preciso colocar rede de esgoto e asfalto e horários de transporte coletivo.
Estrada Boiadeira
“Quando vim morar aqui, o pessoal ainda passava com o gado pela Estrada Boiadeira. Dava um medo danado. Vinha um homem na frente avisando que a boiada ia passar para ficarmos dentro de casa. Tinha animal manso e outros bravos, passavam de dois a três mil por vez. As crianças subiam nas árvores para ver, era bonito e perigoso. Agora, graças a Deus, é tudo embarcado”, falou.